Em 25 anos de sindicalismo, esta será a primeira vez que não tenho críticas a apontar a um diretor nacional cessante.

Muito pelo contrário, tenho de elogiar a postura como pessoa do superintendente-chefe José Augusto Barros Correia, quer como oficial da Polícia, quer como diretor nacional, assim como pelas suas excelentes qualidades humanas.

Atrevo-me a dizer que depois do denominado protesto “secos e molhados”, à data muito mal gerido pelo então comandante-geral da PSP, o diretor nacional Barros Correia foi sem sombra de dúvidas o diretor nacional da PSP que teve a difícil tarefa de liderar a PSP num dos períodos mais contestatórios e de (justa) luta laboral realizada no seio da PSP.

Foi um diretor nacional, que ao contrário de muitos outros que já passaram pelo “Alto da Penha de França”, soube gerir de forma humana, inteligente, mas também equilibrada a relação com os sindicatos ativamente em protesto, mas também com os milhares de polícias que lutavam por melhores e dignos direitos laborais, evitando com sensatez que uma má decisão levasse a uma revolta generalizada e incontrolável da segurança pública (pois havia esse risco iminente).

Estou certo que, tal como o general Gabriel Teixeira (comandante-geral da PSP 1996-1997), que ficou conhecido por defender ativamente os polícias e por isso ter sido exonerado, o superintendente Barros Correia ficará registado na história da PSP como um dos poucos comandantes que estiveram sempre ao lado dos seus homens e mulheres, nos bons e maus momentos, e por isso nunca mais será esquecido pelos polícias.

É preciso entender que há um momento certo para fazer mudanças e muito honestamente este não era o momento na PSP.

Por fim, dirijo-me ao meu caro superintendente-chefe José Augusto Barros Correia, para lhe dizer que foi um honra ter V. Exa como meu diretor nacional e colega de profissão, muito obrigado pela sua dedicação e serviço à causa da segurança pública ao longo de quase 40 anos.

QOSHE - Quem fica a perder é o país - Armando Ferreira
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Quem fica a perder é o país

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09.05.2024

Em 25 anos de sindicalismo, esta será a primeira vez que não tenho críticas a apontar a um diretor nacional cessante.

Muito pelo contrário, tenho de elogiar a postura como pessoa do superintendente-chefe José Augusto Barros Correia, quer como oficial da Polícia, quer como diretor nacional, assim como pelas suas excelentes qualidades humanas.

Atrevo-me a dizer que depois do denominado protesto “secos e molhados”, à data muito mal gerido pelo então comandante-geral da PSP, o diretor........

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