Roger Schmidt disse estar imune aos sinais de insatisfação dos adeptos ou à desestabilização dos media por estar «concentrado em por a equipa do Benfica a ganhar»

Adoro o Espaço. Lá em casa devorámos o novo ‘Cosmos’ com Neil deGrasse Tyson, ‘Interstellar’ é um dos meus filmes preferidos e já o vi várias vezes - embora não saiba explicar aquilo dos buracos negros e dos wormholes. Ao ver um documentário sobre o vaivém Challenger, até soltei há dias uma lágrima, ficando suspensa nos segundos de alegria que se viviam até ao acidente com o vaivém da professora, que em 1986 explodiu em direto. Tudo por causa de juntas defeituosas que não aguentaram o frio.

Acho incrível o telescópio espacial James Webb, lançado em 2021, e que vai tentar ‘fotografar’ quase as origens do Universo, há 13,5 mil milhões de anos (o Big Bang foi há 13,8). A Índia colocou uma sonda na Lua no ano passado e acompanhei em direto.

Agora estou a ver um sobre a possibilidade de vida no Espaço e os exoplanetas, planetas fora do Sistema Solar na órbita de uma estrela, como a Terra. No nosso Sistema há possivelmente condições de vida em Marte; em Europa, lua de Júpiter; também em Enceladus ou Titã, luas de Saturno. Muito mais longe há exoplanetas como o Kepler-186F, a 500 anos-luz da Terra. Tem uma estrela, é do tamanho do nosso planeta, e pode ter água em estado líquido.

Talvez seja aqui que vive o treinador do Benfica, Roger Schmidt, que sábado, em conferência de imprensa, disse estar «num planeta diferente», imune aos sinais de insatisfação dos adeptos ou à desestabilização dos media. «Estou focado em preparar a equipa para ganhar jogos», disse. Na época passada as suas conferências de imprensa eram exemplares: começavam à hora – nem antes, nem muito depois -, duravam 10 minutos e respondia a tudo. No início desta temporada respondia até de mais, como quando espontaneamente criticou o guarda-redes Vlachodimos, levando à sua saída. Agora diz coisas desalinhadas com a realidade que muitos veem. Não ouve assobios, vê apoio; não vê tarjas, ouve palmas. Juntas defeituosas, quem sabe.

Questionado sobre a bombástica entrevista de Orkun Kokçu a um jornal neerlandês, revelada horas antes, disse que já tinha ouvido falar nela, mas ainda ia falar com o jogador. Não o viu naquele dia de manhã no treino, antes de se apresentar aos jornalistas? Quando são os próprios jogadores a mostrar aquele nível de insatisfação, quão distante pode o planeta ser?

PS: Entretanto, depois do encontro com o Casa Pia, em que o jogador afastado, o treinador leu a entrevista, mas não falou com o jogador. Mantêm-se algumas distâncias, quem sabe anos-luz, mas Schmidt já foi mais claro.

QOSHE - Noutro planeta - Ana Soares
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Noutro planeta

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18.03.2024

Roger Schmidt disse estar imune aos sinais de insatisfação dos adeptos ou à desestabilização dos media por estar «concentrado em por a equipa do Benfica a ganhar»

Adoro o Espaço. Lá em casa devorámos o novo ‘Cosmos’ com Neil deGrasse Tyson, ‘Interstellar’ é um dos meus filmes preferidos e já o vi várias vezes - embora não saiba explicar aquilo dos buracos negros e dos wormholes. Ao ver um documentário sobre o vaivém Challenger, até soltei há dias uma lágrima, ficando suspensa nos segundos de alegria que se viviam até ao acidente com o vaivém da professora, que em 1986 explodiu em direto. Tudo por causa de juntas defeituosas que não aguentaram o........

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