A realidade nacional presente na vida dos trabalhadores e do povo português no dia 11 de Março, em nada é diferente do período antecedente às eleições legislativas: os baixos salários, a falta de habitação e o estado degradado e subfinanciado dos serviços públicos, como o Serviço Nacional de Saúde, mantêm-se. Anunciados os resultados eleitorais, é evidente que a correlação de forças da Assembleia da República e o governo que dela emana apenas fazem prever um caminho: aprofundamento da política de direita, com o acentuar da regressão dos direitos conquistados e da concentração galopante da riqueza nas mãos do grande capital.
A análise que o PCP faz acerca da situação política nacional, que tem por hábito ser certeira e coerente com a realidade, culmina na certeza que os projectos e objectivos do governo da Aliança Democrática em nada estarão em linha com os anseios e aspirações de quem cá vive e trabalha e apenas pode culminar em opções políticas de recuos e retirada de direitos.
Tal não fosse o compromisso intransigente do PCP e da JCP com a classe trabalhadora, não teria sido apresentada de antemão a moção de rejeição ao governo da Aliança Democrática, pois assim como não é preciso tocar na água para saber que esta molha, não é preciso esperar pela formação do governo para saber quais as suas opções políticas.
Neste novo contexto político, é urgente mobilizar todos aqueles comprometidos com o projecto de Abril, todos aqueles milhares de democratas e patriotas comprometidos com o Portugal soberano e independente bem como todos os amantes da paz comprometidos com o fim das guerras por este mundo fora.
Foi assim que no passado dia 21 de Março, mais de 2000 estudantes do Ensino Superior, numa demonstração de grande unidade do movimento associativo estudantil de todo o país, desfilaram em luta do Rossio até ao Palácio de S. Bento, com o lema “Queremos mais Abril aqui!” exigindo a Escola de Abril, para todos e sem barreiras a que temos direito.
Foi também assim que no passado sábado, muitos e muitos punhos e cravos pintaram as ruas do país de escarlate e alegria em comemoração do Dia Interna- cional da Mulher alertando a urgência da garantia da justiça e inclusão social, celebrando e defendendo as conquistas e direitos das mulheres alcançados em Abril, exigindo a igualdade no trabalho e na vida.
Já amanhã, quarta-feira dia 27, serão muitos os que, após o apelo lançado pela Interjovem/CGTP-IN, defenderão os interesses de quem trabalha, pela urgência dos 1000€ de Salário Mínimo Nacional ainda em 2024, fazendo entender ao patronato que os jovens não são descartáveis e que a cada posto de trabalho deve corresponder um contrato de trabalho, conseguindo assim regular os vínculos laborais e garantir uma vida emancipada à juventude.
Na exigência de mudança e construção da alternativa política necessária, Abril teima em estar vivo e presente na luta do nosso povo. Por muito que o tentem apagar, deturpar e reescrever, o projecto e os valores de Abril permanecem o mais sólido caminho de emancipação e construção colectiva de um Portugal de futuro.

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“Força de Abril”

49 0
26.03.2024

A realidade nacional presente na vida dos trabalhadores e do povo português no dia 11 de Março, em nada é diferente do período antecedente às eleições legislativas: os baixos salários, a falta de habitação e o estado degradado e subfinanciado dos serviços públicos, como o Serviço Nacional de Saúde, mantêm-se. Anunciados os resultados eleitorais, é evidente que a correlação de forças da Assembleia da República e o governo que dela emana apenas fazem prever um caminho: aprofundamento da política de direita, com o acentuar da regressão dos direitos conquistados e da concentração galopante da riqueza nas mãos do grande capital.
A análise que o PCP faz acerca da situação política nacional, que tem por hábito ser certeira e coerente com a realidade, culmina na certeza que os projectos e objectivos do governo da Aliança Democrática em........

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