O Partido Socialista, durante as últimas semanas, pediu um voto de confiança aos portugueses. Um voto de confiança para continuar um projecto de progresso, iniciado em 2015. Quando António Costa revolucionou o sistema político em Portugal, derrubando os muros à esquerda, muitos foram aqueles que vaticinaram a diabolização do mesmo. 8 anos depois, percebemos que o projeto funcionou e tem resultados visíveis em todo o lado.
Este trajeto foi interrompido por aquele que mais estabilidade pedia aos políticos portugueses. Com metas importantíssimas a cumprir até ao final do ano de 2026 (e não só), imperava a estabilidade e previsibilidade necessária para não cairmos num pantano político.
Eis que, os resultados do dia 10 de março, não podiam indicar caminho mais luminoso para o temível pantano.
O projeto de mudança encabeçado pela Aliança Democrática, tinha uma obrigação acrescida de vencer. Após 8 anos de oposição inexistente, de avanços e recuos perante as negociações com a extrema direita, e um belo saco de gatos nas suas fileiras internas, o PSD venceu, mas pela margem mínima. Aquilo que Sérgio Sousa Pinto apelidou de “vitória bolieira”, aquando do último ato eleitoral nos Açores. Uma vitória que deixa tudo em aberto, mas saímos destas eleições com uma certeza: o Partido Socialista não venceu estas eleições.
Não saímos vencedores e temos a humildade de o aceitar, sem tibiezas. Portugal escolheu uma mudança, ainda que de forma tímida e o Partido Socialista será o partido da oposição na próxima legislatura.
Tal como Pedro Nuno Santos afirmou, na noite eleitoral, o PS não irá deixar a oposição ao governo em mãos alheias e seremos a força viva e vigilante no parlamento português. Não falhamos aos portugueses e não falhamos aos votos renovados no passado dia 10 de março.
Cabe agora ao mentor desta instabilidade política, decidir o que fazer. Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu começar a ouvir os partidos sem ainda conhecer o resultado do votos das nossas comunidades, que vão distribuir os últimos 4 mandatos no Parlamento.
O constitucionalista que temos no Palácio de Belém decidiu fazer ainda algo inédito: Ouvir as coligações e não os partidos. É sabido que a lei eleitoral determina, no seu artigo 22.o, que as coligações se desfazem após o apuramento de resultados, logo, a AD deixou de ser AD e passou a ser PSD, CDS e PPM. Desta forma, o PSD e o PS têm exatamente o mesmo número de mandatos, o que torna toda a análise eleitoral cada vez mais difícil.
A data da publicação deste artigo, sabemos que 1.758.035 portugueses - pelo menos - depositaram a sua confiança no Partido Socialista e isso, acima de tudo, deve ser um motivo de orgulho.
Um motivo de orgulho e de uma enorme responsabilidade. A responsabilidade de recuperar os insatisfeitos e os descrentes. A responsabilidade de recuperar os 1.108.797 votos na extrema direita, de refletir e melhorar e ser a oposição forte e presente em Portugal.
Cá estamos, por Portugal Inteiro.

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QOSHE - “1.758.035 votos de confiança ” - Inês Rodrigues
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“1.758.035 votos de confiança ”

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19.03.2024

O Partido Socialista, durante as últimas semanas, pediu um voto de confiança aos portugueses. Um voto de confiança para continuar um projecto de progresso, iniciado em 2015. Quando António Costa revolucionou o sistema político em Portugal, derrubando os muros à esquerda, muitos foram aqueles que vaticinaram a diabolização do mesmo. 8 anos depois, percebemos que o projeto funcionou e tem resultados visíveis em todo o lado.
Este trajeto foi interrompido por aquele que mais estabilidade pedia aos políticos portugueses. Com metas importantíssimas a cumprir até ao final do ano de 2026 (e não só), imperava a estabilidade e previsibilidade necessária para não cairmos num pantano político.
Eis que, os resultados do dia 10 de março, não podiam indicar caminho mais luminoso para o temível pantano.
O projeto de........

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