No mês de novembro celebra-se o dia mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) que em Portugal chega a atingir mais de 10 em cada 100 adultos com uma vida ativa. De acordo com um estudo europeu a mortalidade por doenças respiratórias é já a terceira principal causa de mortes no nosso continente, sendo a DPOC responsável por mais de 180 mil dessas mortes.
Diz respeito a um conjunto de condições que atingem o pulmão de forma crónica e progressiva que limitam as vias aéreas e dificultam a respiração. O facto de a instalação da doença poder ser lenta tem levado a que o doente só procure a ajuda médica nas fases mais avançadas da DPOC. No entanto, a doença pode ser tratada e, acima de tudo, prevenida, daí a importância de estarmos alerta e agirmos numa fase mais inicial.
A DPOC associa-se a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões quando estão expostos a partículas ou gases nocivos. O tabaco assume-se como o principal fator de risco para a doença, seguido da poluição ambiental, da inalação de substâncias químicas ou irritantes pulmonares.
Há doenças que podem contribuir para o agravamento da DPOC, às quais devemos estar atentos e tratar também: Doenças Cardiovasculares, Disfunções Musculares, Deformidades da Caixa Torácica, Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, Cancro do pulmão, Osteoporose ou Osteopenia, Ansiedade e Depressão, além de Síndrome Metabólico.
Os sintomas variam desde uma tosse crónica que pode ser acompanhada de expetoração, dificuldade respiratória (de instalação progressiva, que agrava com o esforço ou que chega mesmo a ser persistente), pieira, a sensação de aperto no peito. São também doentes que apresentam com maior frequência quadros de infeções respiratórias, principalmente no inverno.
O diagnóstico da DPOC é feito através da avaliação clínica do doente. Poderá ser necessária a realização de exames complementares como as Provas de Função Respiratória: Espirometria que avalia o desempenho dos pulmões. Podem estar também indicadas análises de sangue ou exames de imagem aos pulmões.
A chave do tratamento passa pela cessação tabágica em quem for fumador. O uso de inaladores que combinam diferentes fármacos com atuação direta nos pulmões, de oxigénio, de ventilação não invasiva ou de fisioterapia respiratória poderão estar indicados, de acordo com a gravidade da doença apresentada. Está também recomendada a vacinação contra as infeções respiratórias como a da Gripe, da COVID-19 e da Pneumonia.
A principal aposta deverá estar na prevenção da DPOC com a cessação tabágica o mais precoce possível, com a evicção de exposição ao fumo passivo e a proteção contra produtos químicos, pós e fumo, quer em casa quer no trabalho. Os hábitos de vida saudáveis como uma alimentação equilibrada, a redução de peso se este for excessivo e a prática de atividade física são também cruciais para a prevenção da doença e do seu agravamento.
Assim, deve estar especialmente atento quem: 1. For fumador e tiver tosse com expetoração, principalmente no período da manhã, durante 3 meses, em 2 anos consecutivos; 2. Se constipar durante o inverno com maior frequência e com duração dos sintomas maior do que era habitual; 3. Se cansar com facilidade ao subir escadas ou planos inclinados. Deve consultar o seu Médico Assistente, pois poderá ter DPOC.
Lembre-se, cuide de Si! Cuide da Sua Saúde!
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