No dia de ontem (4 março) foi assinalado o Dia Internacional de Consciencialização sobre o Vírus do Papiloma Humano (HPV). Trata-se de um vírus responsável por um número elevado de infeções, associados ao contacto sexual desprotegido, uma vez que é transmitido por contacto direto com a pele e as mucosas oral, genital e anal. Aliás, é mesmo uma das infeções de transmissão sexual mais comuns em todo o mundo.
Saiba que o HPV infeta tanto homens como mulheres, sendo frequente nas idades jovens aquando do início da atividade sexual.
A presença do HPV pode dar origem a lesões benignas como verrugas (frequentemente designados de “cravos” em várias partes do corpo como nas mãos e pés), condilomas (frequentes nas áreas genitais) e lesões da orofaringe. No entanto, também pode evoluir para lesões malignas como o Cancro do Colo do Útero. Estima-se que entre 50% a 80% da população tenha contacto com o vírus, em algum momento da sua vida, mesmo que não venha a desenvolver qualquer doença ou até sintoma.
O Cancro do Colo do Útero surge como o segundo tipo de cancro mais comum na mulher, em todo o mundo e está associado à infeção pelo HPV. A evolução da infeção para cancro é lenta (em anos ou décadas) e progressiva o que permite a deteção da doença em fases iniciais, através da realização do rastreio. Importa salientar que, são conhecidos mais de 200 tipos de HPV’s diferentes, sendo que nem todos apresentam o mesmo risco de vir a desenvolver a doença, pelo que, além da deteção do vírus importa caracterizar qual o subtipo que está presente, de forma a estratificar o risco de evolução para cancro. Em Portugal, todos os anos, se registam cerca de 1.000 novos casos de Cancro do Colo do útero. Lembre que o HPV também se associa a outros tipos de cancro com o da vulva, do pénis, do ânus e da orofaringe.
No que respeita aos sintomas a infeção é, frequentemente, silenciosa, pelo que, pode nem dar sintomas.
Não há um tratamento específico de cura para as infeções por HPV. No entanto, a maioria das pessoas consegue eliminar a infeção do seu organismo, com o próprio sistema imunitário. Por essa razão, só uma pequena proporção das pessoas evolui para um quadro de cancro. O tratamento pode passar pela aplicação de produtos de tratamento diretamente nas lesões ou, em alguns casos, na sua excisão cirúrgica.
A chave do controlo da doença passa pela prevenção. As mulheres com idades compreendidas entre 25 e 60 anos, que tenham iniciado a sua atividade sexual e estejam inscritas num Centro de Saúde integram o Rastreio do Cancro do Colo do Útero, antes conhecido como “Papanicolau”. Realiza-se com uma periodicidade de 5 em 5 anos, sendo totalmente gratuito. O uso de métodos de proteção barreira como o preservativo está indicado na prevenção de todas as doenças de transmissão sexual.
Já existe uma vacina e está incluída no Programa Nacional de Vacinação do nosso país, distribuída gratuitamente, a jovens do sexo feminino e masculino. Mas, a vacina não protege contra a infeção por todos os tipos de HPV, pelo que, não previne todos os casos de Cancro. Assim, mesmo que vacinadas, as pessoas devem manter as medidas preventivas. Para uma maior eficácia, a vacinação deve ocorrer ainda antes do início da atividade sexual, razão pela qual é distribuída nas idades mais jovens.
Lembre-se, cuide de Si! Cuide da Sua Saúde!
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