De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) Portugal é um dos países do mundo com maior consumo de álcool por pessoa. Estima-se que cerca de 17% dos portugueses que bebem o fazem de forma excessiva e 7% apresenta total dependência. De salientar que se tem verificado um consumo crescente entre os mais jovens e também na população feminina, o que agrava as situações de risco. Segundo a OMS o consumo excessivo de álcool pode provocar cerca de 3,3 milhões de mortes em cada ano, números que são, muitas vezes, mais expressivos em alturas de festa como o Natal e a celebração do Ano Novo.
Embora as principais causas de consumo sejam o convívio, a necessidade de relaxar e a procura de sensações agradáveis como tranquilidade e bem-estar à medida que o corpo deixa de conseguir processar a quantidade de álcool ingerida surgem quadros de ansiedade, agitação e depressão, o equilíbrio fica afetado, assim como a coordenação, surgem as dores de cabeça, tonturas, enjoos e vómitos.
A definição de alcoolismo abrange todos os problemas motivados pelo consumo de álcool: danos físicos e psíquicos, perturbações da vida familiar, profissional e social, além das implicações económicas, legais e morais. A partir do momento em que uma pessoa não controla o consumo e não consegue parar de beber torna-se alguém com um problema de alcoolismo. Os fatores de risco incluem:
• Consumo regular ao longo do tempo, que vai agravando a dependência física e emocional;
• Idade: quanto mais cedo se inicia o consumo de álcool, maior o risco de vir a desenvolver dependência;
• História familiar: o risco é mais elevado quando existem familiares próximos com o mesmo problema;
• Depressão e outros problemas de saúde mental como a ansiedade ou a doença bipolar;
• Fatores sociais e culturais: ter um grupo de amigos ou pessoas próximas que bebam com regularidade aumenta o risco da sua ingestão e consequente dependência;
• Mistura de medicamentos e álcool que pode aumentar os efeitos adversos ou diminuir a eficácia dos tratamentos.
É essencial que saiba a quantidade de álcool que consome para perceber se está a ter um comportamento de risco. De modo a facilitar o cálculo são consideradas “unidades de bebida padrão”, sendo que, cada unidade corresponde a cerca de 10 a 12 gramas de álcool puro. Os limites variam de acordo com o género: para o homem o consumo poderá ser até 2 unidades de bebida padrão por cada dia, ou seja, não superior a 14 unidades padrão por semana. Já a mulher não deverá ultrapassar 1 unidade de bebida padrão por dia, ou seja, não superior a 7 unidades por semana. Deverá ter em atenção ao que corresponde cada uma dessas “unidades de bebida padrão”. Deixo alguns exemplos: no que respeita ao consumo de vinho, uma unidade de bebida padrão corresponde a um só copo de 100 mL (sendo que se for do género masculino, por dia, poderá apenas beber 2 copos de vinho de 100 mL cada, mas se for do género feminino, o corpo já só consegue metabolizar o equivalente a um copo de vinho ao longo de todo o dia), na cerveja poderá ir até um copo de 200 mL já as bebidas destiladas esgotam a unidade num total de um cálice de 50 mL, dado o maior teor de álcool.
É crucial que a pessoa tenha consciência que consome álcool acima do normal e que, por essa razão, deve procurar ajuda junto do seu Médico Assistente.
Neste Natal, e em todos os dias do ano, não corra riscos! Beba com moderação!
Lembre-se, cuide de Si! Cuide da Sua Saúde!

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“Neste Natal (e sempre!) beba com...”

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19.12.2023

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) Portugal é um dos países do mundo com maior consumo de álcool por pessoa. Estima-se que cerca de 17% dos portugueses que bebem o fazem de forma excessiva e 7% apresenta total dependência. De salientar que se tem verificado um consumo crescente entre os mais jovens e também na população feminina, o que agrava as situações de risco. Segundo a OMS o consumo excessivo de álcool pode provocar cerca de 3,3 milhões de mortes em cada ano, números que são, muitas vezes, mais expressivos em alturas de festa como o Natal e a celebração do Ano Novo.
Embora as principais causas de consumo sejam o convívio, a necessidade de relaxar e a procura de sensações agradáveis como tranquilidade e bem-estar à medida que o corpo deixa de conseguir processar a quantidade de álcool ingerida surgem quadros de ansiedade, agitação e depressão, o equilíbrio fica afetado, assim como a coordenação, surgem as dores de........

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