Asustentabilidade ambiental tem estado, ao longo dos últimos anos, cada vez mais na ordem do dia.
Relembro que até ao início deste século pouco se falava em questões ambientais e menos ainda em resíduos, muito menos, em recolha seletiva de biorresíduos.
Estes eram vistos apenas como lixo, ou seja, como algo a eliminar. Com as mudanças de paradigma, os resíduos passaram a ser vistos como um recurso, como algo que tem valor. Esta mudança iniciou-se com a recolha seletiva de embalagens e seu encaminhamento para reciclagem.
Ao longo dos últimos anos, iniciou-se a separação e valorização de óleos alimentares usados, resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, pneus, círios, velas e a valorização energética do biogás e a valorização de resíduos orgânicos.
Em 2016, a Braval, no âmbito do ECOPARQUE BRAVAL, inaugurou a Central de Valorização Orgânica, onde é possível a compostagem dos resíduos orgânicos. Apesar da sensibilização e incentivo que é feito para a compostagem doméstica, esta não é possível em todas as casas. Assim, é fundamental termos os resíduos orgânicos devidamente separados dos restantes resíduos indiferenciados.
Na Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico, separa-se a fração orgânica dos resíduos indiferenciados, mas que têm sempre algum grau de contaminação.
O PERSU 2030 (Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos) coloca uma ênfase acrescida sobre os biorresíduos, como um fluxo de intervenção prioritária para efeitos de cumprimento de metas.
Esta recolha dos biorresíduos permitirá também a melhoria da qualidade do composto Ferti +, produzido na Braval.
Assim a Braval irá fazer um investimento de mais de 3 milhões de euros, para adaptar a Central de valorização Orgânica para a receber os biorresíduos recolhidos pelos municípios.
A compostagem é importantíssima para a fertilização dos nossos solos, para a sustentabilidade da agricultura. Por isso, os biorresíduos chegando devidamente separados à CVO, vão aumentar a qualidade do composto e sua consequente valorização, de modo a podermos apostar, cada vez, na agricultura sustentável. A população terá de fazer o esforço, a obrigação de separar os resíduos orgânicos dos restantes resíduos indiferenciados, para além da óbvia separação das embalagens para reciclagem, através dos ecopontos.
O que se poderá que pode colocar nos sacos próprios para reaproveitamento orgânico são: cascas de legumes, de frutas, de ovos; sobras de refeições, saquetas de chá, borras de café, folhas secas, flores. Por outro lado, não deve colocar: excrementos de animais; cadáveres de animais, pontas de cigarro, medicamentos (deve entregar nas farmácias), têxteis; loiças ou talheres e as embalagens de plástico, metal, vidro, cartão ou papel que deverão ser colocadas nos ecopontos, devidamente separadas.
Como tenho vindo a alertar é inaceitável que nos dias de hoje, em pleno séc XXI, a população não separe ainda cerca de 40% dos resíduos recicláveis, que vêm misturados com os resíduos indiferenciados e que nos deixam aquém das metas preconizadas, bastava colocá-los nos ecopontos! São cerca de 2 milhões de € que “deitamos ao lixo” por não separar, portanto, só em Tarifa e TGR – Taxa de Gestão de Resíduos.
Este cumprimento depende da colaboração de todos os elos da cadeia!
Ajude-nos ajudando-se!

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“Novo desafio: separação de...”

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24.01.2024

Asustentabilidade ambiental tem estado, ao longo dos últimos anos, cada vez mais na ordem do dia.
Relembro que até ao início deste século pouco se falava em questões ambientais e menos ainda em resíduos, muito menos, em recolha seletiva de biorresíduos.
Estes eram vistos apenas como lixo, ou seja, como algo a eliminar. Com as mudanças de paradigma, os resíduos passaram a ser vistos como um recurso, como algo que tem valor. Esta mudança iniciou-se com a recolha seletiva de embalagens e seu encaminhamento para reciclagem.
Ao longo dos últimos anos, iniciou-se a separação e valorização de óleos alimentares usados, resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, pneus, círios, velas e a valorização energética do biogás e a valorização de resíduos orgânicos.
Em 2016, a Braval, no âmbito do ECOPARQUE BRAVAL, inaugurou a Central de Valorização Orgânica, onde é possível a........

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