No atual contexto de inflação, o novo ano trouxe ainda mais aumentos de preços de bens e serviços. que implicam um aumento ainda maior do custo de vida.
Em relação aos resíduos, depois do aumento exponencial da Taxa de Gestão de Resíduos (TGR), em 2022, de 11€ para 22€, em 2024, passa para 30€ por tonelada de resíduos indiferenciados, ou seja, aqueles que não são separados para valorização e vão para aterro sanitário, terão um aumento de 5€/ton relativamente a 2023.
Relembro que esta taxa foi criada pela UE para penalizar a deposição de resíduos em aterro sanitário, sendo que, em 2010, era de 5€!
Ao longo de vários anos, tenho afirmado que separar os resíduos é poupar, pois os resíduos que vão para reciclar não pagam TGR. Quanto mais resíduos forem depositados nos ecopontos, nos pontos eletrão, menos resíduos indiferenciados serão recolhidos e, como tal, menos TGR é paga pelos municípios.
A Braval entrega todos os anos, em média, mais de 1 milhão de € de TGR ao Estado, para posteriormente ser entregue à União Europeia, precisamente para penalizar a não separação destes resíduos. Ora, se todos separássemos os resíduos estaríamos a poupar este valor.
Ora vejamos: a tarifa de resíduos é devida pelo serviço de recolha de resíduos indiferenciados que as câmaras ou empresas municipais prestam, cujo valor é calculado não só pelos custos associados à recolha e transporte (que serão fixos independentemente da quantidade de resíduos recolhidos), mas também, pelo tratamento e deposição em aterro desses resíduos indiferenciados na Braval, acrescida da Taxa implementada pela União Europeia (EU), que é a TGR.
Se pensarmos que 30% dos resíduos presentes nos resíduos indiferenciados são resíduos de embalagens e outros 30% são resíduos orgânicos, cuja recolha será implementada, separando a totalidade destes resíduos a TGR a pagar será residual.
Na Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico (TMB), que entrou em funcionamento em 2016, separa-se a fração orgânica dos resíduos indiferenciados, mas que tem sempre algum grau de contaminação.
Em 2024, com a recolha dos biorresíduos, será possível a melhoria da qualidade do composto Ferti +, produzido na Braval. A Braval fez um investimento de cerca de 3 milhões de euros, para adaptar a Central de valorização Orgânica para a receber os biorresíduos recolhidos.
Para além da valorização dos biorresíduos, cada vez mais, se torna urgente arranjar solução para os resíduos de refugos da TMB. Após todo este tratamento dos resíduos indiferenciados, que não são valorizáveis, depois de passarem na triagem mecânica, acabam por ter de ser depositados no aterro sanitário, pagando na mesma TGR. Ou seja, apesar de todo o trabalho, estes resíduos que sofreram uma triagem, por não haver um tratamento de valorização na nossa região, são igualmente penalizados.
Assim, continuo a afirmar, desde 2008, é urgente encontrar uma solução regional, que abranja o eixo Litoral-Noroeste, ou seja, de Valença, Viana do Castelo, Esposende, Barcelos, Braga, Guimarães até Vila Real, uma unidade de valorização de toda a fração de refugo proveniente da triagem da totalidade dos resíduos domésticos e equiparados.
As pessoas têm de perceber que está tudo interligado e que, se queremos pagar menos tarifa de resíduos, efetivamente temos de separar os resíduos para reciclar, pois estas taxas são impostas precisamente para penalizar a baixa reciclagem.
Parece que nada motiva mais as pessoas que a ideia de poupança. Se a preocupação ambiental não é suficientemente motivadora, vamos apostar na ideia de poupança ambiental da reciclagem como sinónimo de poupança económica, para levar mais pessoas a separar os seus resíduos e colocando-os nos ecopontos.
Reciclar é portanto, poupar!
Ajude-nos ajudando-se! Bom Ano Novo!

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“Taxa de Gestão de Resíduos...”

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10.01.2024

No atual contexto de inflação, o novo ano trouxe ainda mais aumentos de preços de bens e serviços. que implicam um aumento ainda maior do custo de vida.
Em relação aos resíduos, depois do aumento exponencial da Taxa de Gestão de Resíduos (TGR), em 2022, de 11€ para 22€, em 2024, passa para 30€ por tonelada de resíduos indiferenciados, ou seja, aqueles que não são separados para valorização e vão para aterro sanitário, terão um aumento de 5€/ton relativamente a 2023.
Relembro que esta taxa foi criada pela UE para penalizar a deposição de resíduos em aterro sanitário, sendo que, em 2010, era de 5€!
Ao longo de vários anos, tenho afirmado que separar os resíduos é poupar, pois os resíduos que vão para reciclar não pagam TGR. Quanto mais resíduos forem depositados nos ecopontos, nos pontos eletrão, menos resíduos indiferenciados serão recolhidos e, como tal, menos TGR é paga pelos municípios.
A Braval entrega todos os anos, em média, mais de 1 milhão de € de TGR ao Estado, para........

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