O euro dream vem abrir o vício máximo, associado à melhor estratégia de produzir milionários. Contrariamente aos beneficiados da hecatombe, quando surgiam milhões de euros abruptos a transformar a vida, agora o dinheiro vem regrado e doseado. É um salário opíparo para transformar a vida, dando tempo para mudar a mente. Esta realidade está testada no governo PS e por isso Ana Jorge fica associada a este lançamento. A própria ex-ministra aufere de um dream salário na Santa Casa.
Em Portugal a segunda figura da nação é o Presidente da Assembleia da República que aufere 8,590 euros por mês ilíquido. Já a terceira figura da nação, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça recebe 8.830,96 euros ilíquidos. A quarta figura é António Costa, que, segundo a F5C (First Five Consulting) , está calculado em cerca de 8.169 euros. Sobre passam estas figuras, a trabalhar para o Estado, os CEO da Saúde, o Presidente da ERS, a gestora da Santa Casa, os gestores dos SUCH e outros lugares públicos de nomeação como na AICEP, na TAP, na EFACEC, na RTP.
Hoje toda esta gente vem das carreiras políticas do PS. Outro dia serão figuras do PSD, mas a novidade é a presença nos contratos de avultadas indemnizações se forem despedidos.
O Presidente da CGD é outro dream assalariado. Há ligados ao estado, agências para o ambiente, observatórios, empresas públicas, e um sem número de cargos bem remunerados por onde hoje o polvo se distribui e organiza. O poder tentacular da distribuição de salários e consequentemente das decisões que advém dos cargos reduzem o direito democrático e cercam as oposições.
Este processo torna o PS e a sua liderança numa força apegada ao poder, com uma dependência muito séria de milhares de figuras. Imaginemos que o PS cai redondo em eleições e toda esta gente é despedida? Muitos não sabem de que viverão nos dias seguintes. O problema não seria em terem empregos ou trabalhos (que como todos sabemos é diferente), mas em auferir rendimentos como aqueles que se habituaram nos últimos oitos anos em que foram ocupando os cargos dos anteriores que eram PSD. O problema foi antecipado e por isso o pacote vem agora com o euro dream. Se cair, levo uma indemnização equivalente a anos de salários.
Assim surgiu o candidato a CEO da Saúde que recentemente criticou os médicos por fantasias discutíveis a propósito de direitos salariais e sobretudo direitos de trabalho. Vem com um salário próximo dos vinte mil euros, e uma garantia de persistência no cargo de cinco anos com indemnização se o mandarem embora.
Portugal foi atacado por saqueadores ferozes e nas embarcações de contestação vão ineptos e aleijados que não divulgam a pouca vergonha, que não torna transparente a força tentacular do golpe de estado em curso. Esta é a minha maior tristeza política.