O ano que agora inicia ficará indelevelmente marcado pelas próximas eleições legislativas e pela celebração do cinquentenário da data que assinala o início da transição para a democracia plena em Portugal.
Eleitos XXIII Governos Constitucionais e XV Legislaturas da Terceira República Portuguesa, sem contar com os seis governos provisórios anteriores a 1976, os portugueses serão novamente chamados às urnas com a importante missão cívica de dar corpo a uma democracia participativa, sendo exigível de cada um de nós uma análise sensata e ponderada das diferentes propostas de governação por forma a que sejamos capazes de exercer um escrutínio assertivo e um voto responsável.
Nos últimos 30 anos, nos quais tivemos 23 anos de governação liderada pelo Partido Socialista e 7 de liderança do Partido Social Democrata, Portugal divergiu da Europa em quase todas as dimensões sociais e económicas, tendo degradado vários pilares do seu estado social, como sejam a educação e a saúde.
Chegados a Janeiro de 2024, e já com o segundo período em curso, Portugal tem hoje mais de 1000 jovens estudantes sem professor atribuído a uma ou mais disciplinas, mais de 1.700.000 pessoas sem médico de família, o que corresponde a quase 20% de toda a população, tendo o tempo de espera nas urgências atingido as inimagináveis 30 horas em vários hospitais públicos.
A assustadora degradação da rede de transportes públicos, com particular destaque para os caminhos de ferro, associada a uma política totalmente errática relativa à transportadora aérea e à gestão do principal aeroporto do País, fazem perigar a imagem de todo um País e, em particular, o seu turismo.
Num Pais em que não se vislumbram quaisquer medidas políticas que visem contrariar a mais baixa taxa de natalidade de toda a europa, porventura o nosso mais grave problema, observamos a preocupação em fazer aprovar legislação referente aos “nomes neutros”.
A(o) Alex, o(a) Cris, o(a) Rafa e o(a) Noa agradecem, ou talvez não, e até estes decerto assumem que há muitas outras prioridades a exigir o foco e a dedicação de quem nos governa.
Haja memória.