Dizem que Natal é quando um homem quer, mas, infelizmente, neste Natal há muitos homens que não querem que seja Natal.

Natal é a maior manifestação de disponibilidade e de amor que nos foi dada.

Deus fez-se homem para viver entre nós, para nos mostrar o caminho e para nos dar exemplo.

A Sua mensagem é simples: que o amor conduza os nossos atos.

Que interesse poderá ter, para um homem, ou mulher, que morrerá em dez ou vinte anos, decidir infernizar horrivelmente a vida a tantos seres humanos, com situações de morte, dor e miséria, quando poderia ter uma atitude totalmente oposta, dando-lhes a oportunidade de viverem em paz com as suas famílias e os seus amigos?

Que vantagem útil poder retirar de todo esse sofrimento que infligiu e que lhe será atribuído sempre que se lembrarem dele?

A História conta-nos que muitos dos que provocaram o conflito poucas vezes o ganharam, e ficaram para sempre como os responsáveis pelas atrocidades que cometeram.

E, ainda assim, continuamos a ter sistematicamente líderes que optam por traçar o caminho da guerra, do terrorismo, do terror e do despotismo.

Se visto assim parece ser tão fácil, então porque não o entendem aqueles que não querem o Natal?

Falta-nos acreditar.

Acreditar no nosso vizinho, acreditar na boa vontade, acreditar na sociedade e, por fim, acreditar naqueles que nos lideram.

O Mundo vive uma cultura de medo que o condiciona nas suas decisões.

O medo de ser atacado, o medo de perder o poder, o medo de ser desconsiderado, o medo de ter menos que o outro, enfim, o medo de sermos humanos.

É por isso que o Natal é um momento tão importante.

Jesus fez-se homem para sofrer por nós todos os nossos medos e todas as nossas faltas de confiança, para que possamos confiar n"Ele e amar o próximo como a nós mesmos.

Contudo, quase nenhum de nós acreditou que, colocando-nos nas Suas mãos, seríamos cuidados e defendidos de todos esses medos e que sairíamos sempre a ganhar.

Quase nenhum de nós, ainda que acreditemos, estamos dispostos a arriscar não controlar o resultado dessa entrega e, por isso, decidimos defender-nos dos outros e atacar aqueles que nos parecem ser uma ameaça.

Discutimos dentro das nossas famílias a herança que nos cabe de uma forma egoísta, que acaba muitas vezes por destruir o amor, por tostões de benefício que não nos dão qualquer felicidade.

Discutimos na sociedade em que vivemos o poder de governar com tanto empenho, que escolhemos aquilo que nos afeta para garantir que o outro não nos ganha.

Atacamos o país vizinho com o receio de que este nos possa prejudicar.

Nunca arriscamos pensar que juntos, aceitando as diferenças que temos, aproveitando a complementaridade dessas diferenças, chegaríamos todos a viver muito melhor, em paz e com amor.

As sociedades que se baseiam na confiança são melhores do que as que, por medo, dependem do policiamento.

Para mudar precisamos de uma cultura de coragem: para que possamos acreditar naquele que está ao nosso lado e que connosco convive na sociedade, que é verdadeiramente dos dois; e, se assim o fizermos, ganharemos juntos essa qualidade de vida.

Cada um de nós pode fazer acontecer esta mudança.

Deus deu-nos o exemplo com o Natal: nós podemos escolher o nosso caminho e garantir que em todo o Mundo será vivido em paz.

QOSHE - É Natal. - Bruno Bobone
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É Natal.

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30.12.2023

Dizem que Natal é quando um homem quer, mas, infelizmente, neste Natal há muitos homens que não querem que seja Natal.

Natal é a maior manifestação de disponibilidade e de amor que nos foi dada.

Deus fez-se homem para viver entre nós, para nos mostrar o caminho e para nos dar exemplo.

A Sua mensagem é simples: que o amor conduza os nossos atos.

Que interesse poderá ter, para um homem, ou mulher, que morrerá em dez ou vinte anos, decidir infernizar horrivelmente a vida a tantos seres humanos, com situações de morte, dor e miséria, quando poderia ter uma atitude totalmente oposta, dando-lhes a oportunidade de viverem em paz com as suas famílias e os seus amigos?

Que vantagem útil poder retirar de todo esse sofrimento que infligiu e que lhe será atribuído sempre que se lembrarem dele?

A História........

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