Gostava de receber este ano um presente de Natal dos nossos políticos.

Alguém que nos propusesse, como projeto para as próximas eleições, um governo focado no serviço aos portugueses.

Uma proposta que se focasse nos principais temas que condicionam a nossa qualidade de vida e que precisam urgentemente de encontrar uma solução, mas uma proposta que considerasse envolver todos os que serão afetados por essa decisão.

Gostava de ter alguém que, como primeiro-ministro, desde os primeiros dias de governo conseguisse juntar os responsáveis da saúde, médicos, enfermeiros, gestores hospitalares e representantes dos utentes, para os escutar sobre as suas preocupações, que nos apresentasse a sua visão sobre a solução dos problemas e que todos juntos pudéssemos ajudar a solucionar algo fundamental para a vida dos nossos concidadãos.

Alguém que nos propusesse a mesma lógica para o ensino, envolvendo professores, alunos, pais, gestores de escolas públicas e privadas e trabalhadores e que que tornasse pública a sua visão para a solução deste sector essencial ao bem-estar e desenvolvimento dos portugueses e de Portugal.

Um primeiro-ministro que juntasse juízes, advogados, professores e trabalhadores, que a estes juntasse a figura do representante do cidadão comum que depende da justiça e que tornasse pública a solução proposta, depois de escutadas as preocupações de cada um e, especialmente, desses cidadãos.

Um governo que juntasse empresários e trabalhadores e que com eles definisse um projeto de empresa inclusiva e participativa em que se promova a produtividade e a distribuição da riqueza criada de forma a tornar a empresa numa célula de desenvolvimento da economia e não num campo de batalha político que atrasa esse crescimento.

Uma proposta política que promova o bem da população e que partilhe com essa população as soluções que pretende executar de forma que todos possam participar nesse trabalho de melhorar Portugal.

Um político com uma visão para o crescimento de Portugal que baseie as suas propostas de investimento nos recursos identitários do nosso país e que saiba reconhecer aquilo que Portugal tem como vantagem competitiva para o seu futuro.

Que olhe o Mar e que veja qual a sua capacidade de contribuir para o nosso desenvolvimento e para nos colocar num caminho de crescimento mais forte e consistente.

Que veja os recursos energéticos que detemos e que, escutando quem sabe, nos proponha uma solução de aproveitamento dos mesmos, prejudicando ao mínimo as populações que com esses recursos convivem.

Mas que nos apresente sempre as suas propostas de uma forma aberta e clara para que todos possam bem compreender, e sem que haja suspeitas de que os interesses defendidos não são de todos, mas só de uns quantos.

Uma proposta que promova a família, sendo inclusiva de todos, mas que sustente essa família e lhe dê possibilidades de dar acolhimento aos seus membros e de lhes proporcionar um rendimento através do seu envolvimento no desenvolvimento da sociedade em que vivem sem criar dependências de qualquer instituição ou indivíduo.

Um político que não tenha medo de propor o que está certo apenas porque teme que o seu partido possa ser prejudicado, que possa vir a perder o seu lugar ou que possa ser criticado por não ter cedido aos interesses dos que à sua volta pululam na procura de vantagens próprias.

Uma proposta política que não se baseie em falácias puras de promessas que nunca pretendem cumprir, mas apenas de promessas de escutar e de trabalhar de uma forma participativa com todos quantos sejam afetados pelas decisões.

Uma proposta que nos dê a esperança de acreditar que quem está ao comando do nosso país está mesmo preocupado em cuidar de nós, que, sem medo e com respeito, nos dê a força de colaborarmos na sua solução.

E assim seria um Santo Natal.

bruno.bobone.dn@gmail.com

QOSHE - Um pedido para o Natal - Bruno Bobone
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Um pedido para o Natal

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01.12.2023

Gostava de receber este ano um presente de Natal dos nossos políticos.

Alguém que nos propusesse, como projeto para as próximas eleições, um governo focado no serviço aos portugueses.

Uma proposta que se focasse nos principais temas que condicionam a nossa qualidade de vida e que precisam urgentemente de encontrar uma solução, mas uma proposta que considerasse envolver todos os que serão afetados por essa decisão.

Gostava de ter alguém que, como primeiro-ministro, desde os primeiros dias de governo conseguisse juntar os responsáveis da saúde, médicos, enfermeiros, gestores hospitalares e representantes dos utentes, para os escutar sobre as suas preocupações, que nos apresentasse a sua visão sobre a solução dos problemas e que todos juntos pudéssemos ajudar a solucionar algo fundamental para a vida dos nossos concidadãos.

Alguém que nos propusesse a mesma lógica para o ensino, envolvendo professores, alunos, pais, gestores de escolas públicas e........

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