Amanhã terminará a COP 28 que este ano se realizou num dos países mais poluentes do mundo, o Dubai. Com a fasquia elevada, a ONU dá o tudo por tudo para que desta COP não saia mais uma "mão-cheia de nada".
Os compromissos assumidos nestas conferências costumam ter por objeto o reconhecimento da necessidade de tomar medidas concretas e o estabelecimento de metas a adotar a nível mundial.
Hoje à tarde encerra-se a agenda de ação climática, um certame que visa marcar o esforço global para enfrentar as alterações climáticas. Em causa está o cumprimento das metas estabelecidas há 7 anos, com a entrada em vigor do Acordo de Paris, para além de se pretender destacar as soluções da economia real apresentadas durante a conferência.
A importância e os apelos que têm vindo a ser lançados pelas Nações Unidas, através de vários responsáveis, quer seja pelo presidente da conferência ou pelo próprio Secretário-Geral da ONU, António Guterres, demonstram a importância do resultado que se pretende a médio prazo.
Convém realçar o grande objetivo assumido pelo mundo: atingir emissões zero em 2050, sendo esse desígnio o caminho para limitar o aumento de temperatura a um máximo de 1,5 °C. Para o conseguir, cada estado terá de eliminar progressivamente as suas emissões. Esse foi, inclusivamente, o repto lançado esta manhã pelo Secretário-Geral da ONU no seu discurso.
As grandes reduções de gases terão, portanto, de acontecer nos próximos 26 anos, começando imediatamente no estado que recebeu a COP28, isto é, um país-membro da OPEP que tem a sua economia baseada na produção e exploração de petróleo, carvão e gás.
A relevância da eliminação progressiva é essencial porque implica que cada estado deverá proceder à redução consoante as suas possibilidades. Esta solução é melhor do que impor uma meta ou objetivo comum, tendo em conta que à partida seria utópico e estaria antecipadamente condenado ao fracasso.
Como refere um dos muitos especialistas na matéria, o Prof. Johan Rockström, do Instituto de Investigação de Alterações Climáticas de Potsdam, vive-se no presente uma "guerra climática".
A afirmação de Rockström encontra eco na intervenção do Vice-Presidente Al Gore. O mesmo salientou que os produtores manterão os seus planos para continuar a expandir a produção de petróleo e gás em quantidades astronómicas, logo após o fim dos trabalhos no Dubai.
Foi também Al Gore que engrandeceu o claro conflito de interesses, acusando os produtores de combustíveis fósseis de manipular este processo ao longo de muitos anos. Segundo o próprio, o mundo está a ficar sem tempo, e sem paciência, dada a seriedade do tema.
A verdade é que Gore não faz estas acusações sem fundamento. Trump, o ainda (re)candidato Republicano às próximas presidenciais, sobre a produção de combustíveis fósseis, afirmou que no primeiro dia do seu mandato a ordem seria "Furar, furar, furar!".
Espera-se que impere o (cada vez mais raro) bom-senso e que a proposta do Secretário-Geral da ONU, para uma eliminação progressiva, seja aceite e alcançável. Afinal de contas, apenas resta um quarto de século para assegurar o futuro dos nossos netos.
Um quarto de século para assegurar o futuro dos nossos netos
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11.12.2023
Amanhã terminará a COP 28 que este ano se realizou num dos países mais poluentes do mundo, o Dubai. Com a fasquia elevada, a ONU dá o tudo por tudo para que desta COP não saia mais uma "mão-cheia de nada".
Os compromissos assumidos nestas conferências costumam ter por objeto o reconhecimento da necessidade de tomar medidas concretas e o estabelecimento de metas a adotar a nível mundial.
Hoje à tarde encerra-se a agenda de ação climática, um certame que visa marcar o esforço global para enfrentar as alterações climáticas. Em causa está o cumprimento das metas estabelecidas há 7 anos, com a entrada em vigor do Acordo de Paris, para além de se pretender destacar as soluções da economia real apresentadas durante a conferência.
A importância e os apelos que têm vindo a ser........
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