Três datas fulcrais marcaram a vida deste Homem que, na pedra tumular, tem este pensamento e lema de vida: «A minha vocação é falar aos homens das coisas de Deus»: 23 /12/ 1949, o seu nascimento; 25 /03/ 1973, a sua Ordenação Sacerdotal e Bodas de Ouro em 2023; 27 /04 /2023, o seu Natal para a plena liberdade, alegria e felicidade que só em Deus podemos encontrar.
João Aguiar era alguém verdadeiramente livre e sinceramente comprometido com a causa do Evangelho, fonte de verdadeira liberdade que cresce no compromisso e no serviço. Por isso nos questiona na última obra: ‘Cochichos’ (nº 114) :«Crescemos no compromisso e no serviço»?
O que realmente o definia era o seu sorriso afável, amável e extremamente acolhedor. Acrescentando: «Apetece-me o compromisso e o abraço; o perdão e a suavidade; a partilha do banco e da mesa.
Apetece-me perguntar e compreender; dizer devagar o caminho e o voo; ouvir a madrugada a sair do sono!
Quase tudo perdemos quando perdemos o momento de abrir as mãos e o coração e pomos chaves em todas as portas. Ou algemamos numa cave o anjo das esplanadas e da escuta e vendamos a serena doçura do seu olhar». ( nº 36)
Refere Dom António Couto em ´A Eucaristia, o Sacerdócio e Jesus, o Filho´: «O Talmude, que é a sabedoria hebraica condensada em cinco milhões de palavras, refere exemplarmente que o punho cerrado representa a sabedoria do imbecil, que pensa que detém o mundo nas malhas da sua rede». E refere depois que: «quando a mão inicia o movimento de se abrir, é como pétalas de uma flor que se abre à vida. (…) é assim que floresce a inteligência (…) O homem bíblico deve viver de mãos abertas, mãos que recebem e dão. Deus governa o mundo com as mãos abertas, dando: ‘Ele governa o mundo com a palma da sua mão (Sir 18, 3), que tem sempre posta sobre nós’» (Sl 139, 5). (pp. 19-20)
António Couto convida-nos a ver mais fundo: «… a função do sujeito já não é capturar e dominar com o que há-de ‘prender’ no compreender, mas acolher com espanto e reconhecimento». E a Bíblia vai muito mais longe: «não se trata de objectos que se entregam ao homem; trata-se de um Tu, o Tu de Deus, que, por amor, vem até ao homem e a ele se entrega por amor, debruçando-se sobre ele e abaixando-se até ao ponto de lhe lavar os pés e a alma, de cuidar dele, de o alimentar, de lhe afagar o rosto, de o ensinar a andar (…) Mãos abertas para Receber. Para Acolher. Para Acariciar. Para Dar. Para Repartir. Para Partilhar». (pp. 20-21)
É para esta Liberdade que somos convidados: «O Senhor é o Espírito e onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade». (2 Cor 3, 17) «Foi para a liberdade que Cristo nos libertou (…) O que vale é a fé que actua pelo amor». (Gl 5, 1,6) Paulo insiste: «Foi para a liberdade que vós fostes chamados. (…) Pelo amor, fazei-vos servos uns dos outros». (Gl 5,13)
João Aguiar corrobora: «Crescemos no compromisso e no serviço!» (Cochichos, nº 114) E: «Quem se entrega, faz-se dom. Não quer possuir, mas oferecer. Não deseja governar a vida, mas dar vida. Não procura para amealhar, mas para encontrar e partilhar. Põe a mesa, mas, sobretudo faz-se alimento!» (n. 19)
A nossa celebração do 25 de Abril tem de levar a este compromisso e entrega. Senão, resume-se a um floreado de palavras que soam bem aos olhos e aos ouvidos, mas que ficam muito longe do real compromisso de entrega e amor que nos é exigido para construir uma sociedade verdadeiramente humana e humanizadora.
Foi isto que, com meu irmão padre Júlio e um comum amigo, lhe fomos segredar junto ao seu túmulo, em silêncio e em prece, na tarde do Dia da Liberdade.
Nota -Logo às 18 horas, na Eucaristia, na Senhora-a-Branca, faremos memória agradecida da vida e obra deste Amigo, pedindo que sejamos dignos dos ideais que nos propôs com doçura e encanto e pelos quais tanto lutou, quer na sociedade em geral, quer sobretudo na Igreja que tanto amava e que serviu com total dedicação e abnegação.
João Aguiar vive na Alegria completa da manhã de Páscoa
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27.04.2024
Três datas fulcrais marcaram a vida deste Homem que, na pedra tumular, tem este pensamento e lema de vida: «A minha vocação é falar aos homens das coisas de Deus»: 23 /12/ 1949, o seu nascimento; 25 /03/ 1973, a sua Ordenação Sacerdotal e Bodas de Ouro em 2023; 27 /04 /2023, o seu Natal para a plena liberdade, alegria e felicidade que só em Deus podemos encontrar.
João Aguiar era alguém verdadeiramente livre e sinceramente comprometido com a causa do Evangelho, fonte de verdadeira liberdade que cresce no compromisso e no serviço. Por isso nos questiona na última obra: ‘Cochichos’ (nº 114) :«Crescemos no compromisso e no serviço»?
O que realmente o definia era o seu sorriso afável, amável e extremamente acolhedor. Acrescentando: «Apetece-me o compromisso e o abraço; o perdão e a suavidade; a partilha do banco e da mesa.
Apetece-me perguntar e compreender; dizer devagar o caminho e o voo; ouvir a madrugada a sair do sono!
Quase tudo perdemos quando perdemos o........
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