Como é sabido, a violação do segredo de justiça nunca existiu, mesmo quando, por exemplo, uma qualquer polícia exibia para a imprensa o tabaco acabado de apreender a um pequeno contrabandista.
A violação de tal segredo só passou a ter lugar, isso sim, discriminatória, malévola e conspirativamente, quando a Justiça começou a tocar à porta da distinta classe política.
Detenções de «pilha-galinhas», revistados com mãos nas paredes e pernas abertas em bairros degradados neles vivendo, com televisões a filmarem, nunca existiram.
Detenções transformadas em «espetáculos mediáticos» só começaram a ter lugar, isso sim, discriminatória, malévola e conspirativamente, quando a Justiça começou a tocar à porta da distinta classe política.
Detenções e respetivos interrogatórios judiciais indo para além das 48 horas, nunca existiram, só passaram, isso sim, discriminatória, malévola e conspirativamente, a ter lugar, quando a Justiça começou a tocar à porta da distinta classe política.
Julgamentos na praça pública, com as vítimas dos mesmos, inclusive, a serem tratadas, depreciativamente, por alcunhas, nunca existiram, tais julgamentos só começaram a ter lugar, isso sim, discriminatória, malévola e conspirativamente, quando a Justiça começou a tocar à porta da distinta classe política.
Cidadãos comuns vítimas da morosidade de processos judiciais nunca existiram, só passando a haver essa morosidade, isso sim, discriminatória, malévola e conspirativamente, quando a Justiça começou a tocar à porta da distinta classe política.
Em suma, a Justiça sempre rolou na perfeição, exceto quando à porta da distinta classe política, discriminatória, malévola e conspirativamente, começou a bater.
Por isso se compreende toda a indignação da distinta classe política, da esquerda à direita, pela forma como a Justiça a tem vindo a tratar.
Uma injustiça!
Nota marginal:
No que, em particular, às eleições autárquicas diz respeito, os partidos não só apresentam os respetivos programas eleitorais, mas, igualmente, na procura do voto, publicitam as virtudes daqueles que, presidentes vindos por eles a ser eleitos, capazes serão de, com tais virtudes, os ditos programas concretizarem. Quanto dinheiro, até, não gastam, exibindo fotos rejuvenescedoras dos mesmos em grandes outdoors plantados em rotundas e praças!
Mas, afinal, não passa tudo dum engodo, porque, uma vez eleitos, logo são capazes de para lugares mais «elevados» voarem, como agora acontece, por exemplo, com o Presidente da Câmara de Alcoutim, que se preparará para (naturalmente, depois de, conforme o próprio, «ponderação longa e difícil», que se presume o terá deixado, no mínimo, um angustiante mês sem dormir) ir ocupar um lugar no Conselho de Administração da ALGAR!
Nada como viver-se numa democracia assim, a ser, devidamente, festejada!
Para ler o artigo anterior do autor, clique aqui.
* Jurista
Uma injustiça!
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22.04.2024
Como é sabido, a violação do segredo de justiça nunca existiu, mesmo quando, por exemplo, uma qualquer polícia exibia para a imprensa o tabaco acabado de apreender a um pequeno contrabandista.
A violação de tal segredo só passou a ter lugar, isso sim, discriminatória, malévola e conspirativamente, quando a Justiça começou a tocar à porta da distinta classe política.
Detenções de «pilha-galinhas», revistados com mãos nas paredes e pernas abertas em bairros degradados neles vivendo, com televisões a filmarem, nunca existiram.
Detenções transformadas em «espetáculos mediáticos» só começaram a ter lugar, isso sim, discriminatória, malévola e conspirativamente, quando a Justiça começou a tocar à porta da distinta classe........
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