As primeiras reflexões sobre o que se seguirá ao resultado eleitoral do último domingo focam toda a atenção na estabilidade do futuro Governo. Ao contrário do que temos sido habituados nos últimos anos, espera-se do futuro Primeiro-Ministro mais capacidade de diálogo, mais ação e menos propaganda. A pretensa “arte” para a política de António Costa esgotou a paciência dos portugueses. Estão fartos de ser enganados e tomados por tolos.

Mas o que interessa é mesmo o futuro e a nossa capacidade de unir todos, ou quase todos. Se dos partidos extremistas, de esquerda ou de direita já sabemos com o que contar, a AD deverá esperar o bom senso de partidos tidos como moderados como a IL, o PS e, conforme o tema, o Livre. Recordo que o Partido de Rui Tavares apresentou várias propostas que já foram, no passado, defendidas pela JSD e pelo PSD.

Do PS o país espera que não se comporte como o Chega, que não rejeite propostas que há partida não conhece. A AD deverá procurar esquecer o período em que a Geringonça dava ordens para chumbar todas as propostas orçamentais do PSD mesmo que depois as copiassem e apresentassem como suas. A situação do país não permite nem estados de alma nem birras infantis.

Se o PS de António Costa era sobretudo tático e oportunista, na noite eleitoral Pedro Nuno Santos foi claro ao dizer que “a tática” tinha terminado. Ora isto pode quer dizer que será mais Ideológico e honesto intelectualmente. Veremos. Veremos se o PS se comportará de forma diferente do Chega ou se acabará por ser o Chega a dar uma lição de responsabilidade a todos nós.

Uma coisa parece certa, o futuro governo terá uma missão muito difícil. Primeiro porque dependerá bastante do sentido de Estado e da responsabilidade dos partidos da oposição, em segundo lugar porque a conjuntura económica internacional tem dado claros sinais que se vai deteriorar (terá sido por isso que António Costa se atirou para o chão?) e em terceiro lugar porque além de implementar o seu programa, a AD terá muitos problemas por resolver que foram empurrados para debaixo do tapete.

Obviamente que há coisas boas que foram feitas pelo governo de António Costa e será sinal de inteligência não desfazer o que está bem feito. A AD não pode ser como o PS e a geringonça cujo principal foco e motivação foi destruir alguns casos de sucesso que encontraram, sendo a área da educação um dos principais exemplos.


QOSHE - Espera-se mais do PS do que do Chega - Duarte Marques
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Espera-se mais do PS do que do Chega

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12.03.2024

As primeiras reflexões sobre o que se seguirá ao resultado eleitoral do último domingo focam toda a atenção na estabilidade do futuro Governo. Ao contrário do que temos sido habituados nos últimos anos, espera-se do futuro Primeiro-Ministro mais capacidade de diálogo, mais ação e menos propaganda. A pretensa “arte” para a política de António Costa esgotou a paciência dos portugueses. Estão fartos de ser enganados e tomados por tolos.

Mas o que interessa é mesmo o futuro e a nossa capacidade de unir todos, ou quase todos. Se dos partidos extremistas, de esquerda ou de direita já sabemos com o que........

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