Todos conhecemos a muito antiga expressão “morreu o Rei, Viva o novo Rei” mas se aplicássemos ao tempo atual e em particular aos novos Governos ou Primeiros-Ministros poderia ser indelicado e até injusto. No ano que celebramos os 50 anos do 25 de abril, a alternância democrática revela-se como um verdadeiro sintoma de maturidade do regime.

Sempre que chega um novo Governo é normal que a esperança aumente. Gostamos de coisas novas. E as tentativas de assassinato de carácter dos novos ministros, tanto por parte do Chega como do Bloco e até de alguns socialistas, só prova uma coisa: o governo é melhor do que esperavam.

Mas estes momentos de transição e mudança também devem revelar a maturidade das democracias e das pessoas. Apesar de algumas traquinices, como é exemplo a divulgação pública de uma suposta pasta de transição, que não é mais do um exercício de propaganda, e algumas fugas de informação que pretendem condicionar o novo governo, a verdade é que em Portugal não há discussão sobre a legitimidade ou lisura do processo eleitoral. Ganhamos ou perdemos, a mudança está prevista e acontece.. E isso é bom. É algo que não devemos desvalorizar porque não vivemos tempos fáceis e à nossa volta os problemas são cada vez mais perturbadores.

Ao mesmo tempo que vemos com orgulho a apresentação dos novos membros do executivo, assistimos à despedida de outros Ministros e das suas equipas. Nas redes sociais aqueles que estão de saída partilham com orgulho as fotos dos seus colaboradores e fazem um balanço da obra feita. Por mais erros ou omissões, ou simplesmente por mais que discordemos do que fizeram, importa respeitar o esforço de cada um. Tenho a certeza que cada membro do Governo de António Costa deu o seu melhor pela causa em que acredita. O respeito democrático não invalida que critiquemos duramente as políticas e as ações.

Uma coisa é certa, não há uma função comparável à de um governante e nem a vida nem a universidade nos dá toda a formação necessária para garantir que um Ministro fará um bom trabalho, já para não falar do contexto e da circunstância de cada um. Diz o povo que os Ministros são como as melancias, só depois de abertas é que sabemos se são doces. Competências têm, uma boa liderança também, só resta desejar um bom trabalho e muita sorte que também faz falta.

QOSHE - Muda-se sempre para melhor - Duarte Marques
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Muda-se sempre para melhor

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02.04.2024

Todos conhecemos a muito antiga expressão “morreu o Rei, Viva o novo Rei” mas se aplicássemos ao tempo atual e em particular aos novos Governos ou Primeiros-Ministros poderia ser indelicado e até injusto. No ano que celebramos os 50 anos do 25 de abril, a alternância democrática revela-se como um verdadeiro sintoma de maturidade do regime.

Sempre que chega um novo Governo é normal que a esperança aumente. Gostamos de coisas novas. E as tentativas de assassinato de carácter dos novos ministros, tanto por parte do Chega como do Bloco e até de alguns socialistas, só prova uma........

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