Depois da pŕe-bancarrota de 2011, em 2015 António Costa recebeu um país com a economia a crescer, as exportações a crescer como nunca, a dívida pública a descer, o desemprego reduzido, os hospitais estabilizados, uma educação a melhorar cada vez mais nos resultados do PISA, a ciência a vencer cada vez mais os concursos hipercompetitivos da Comissão Europeia e um conjunto de instituições credibilizadas, exigentes e imunes às pressões políticas e ao lobbys dos interesses que sempre rondavam o Estado. Em 2015 Portugal tinha recuperado a sua credibilidade externa e os portugueses já viviam melhor.

Oito anos depois, o que temos?

Apesar do aumento do financiamento, o SNS está nas ruas da amargura passando a sua pior crise desde que foi fundado, resultado da má gestão do Governo, da birra ideológica que levou Marta Temido e António Costa a fechar as PPP de alguns dos melhores hospitais do país, sucedendo-se diariamente casos de pessoas que desesperam por simples cuidados de saúde.

A educação degradou-se como revelam os resultados do PISA e se todos os países foram prejudicados pela pandemia os resultados dos estudantes portugueses baixaram muito mais do que os restantes países em consequência das alterações promovidas pelos Governos do PS e da Geringonça. O fim dos exames, as novas políticas do “eduquês” que em troca da exigência e das metas nas áreas estratégicas como o português e a matemática foram trocadas pelo facilitismo reinante e que representa a visão da esquerda para a educação.

Se na economia os dados até podem parecer animadores, muito fruto da comparação com países onde a retoma começou mais cedo, para 2024 as previsões já assustam os mais optimistas. As empresas hoje desesperam com a carga fiscal, com a falta de resposta e barreiras criadas pela ineficiência dos serviços públicos, com a interferência constante do poder político no sector privado e na gestão política dos apoios que teimam em chegar às empresas e aos investimentos, a economia hoje parece menos livre e novamente mais dependente do carinho ou encosto do Estado.

Nas funções vitais do Estado, principalmente nas áreas de soberania como a Defesa, a Justiça ou Administração Interna, o país parece cada vez mais enfraquecido, menos respeitado e com os seus dirigentes completamente desorientados sobre o rumo a seguir ou as reformas a fazer. Nestas áreas, vemos os governantes a gerir o dia a dia, sem reformas, com os dirigentes a “apagar fogos” sem capacidade para inovar, reformar ou garantir instituições mais competentes, respeitadas e eficazes naquilo que são as suas funções.

Oito anos depois, continuamos com os mesmos problemas por resolver nos transportes públicos, e em alguns casos mais agravados como na TAP ou na Habitação depois de tanto experimentalismo da Geringonça, o território está cada vez mais desertificado com o país mais inclinado para Lisboa, com uma política de descentralização que é uma verdadeira farsa.

Oito anos depois das poucas coisas positivas que podemos registar é o aumento do salário mínimo nacional mas que infelizmente é cada vez mais próximo do salário médio dos portugueses.

Oito anos depois os portugueses vivem pior não só por via da inflação mas também pela maior carga fiscal da nossa história recente que limita claramente as opções de milhares de famílias.

Resta perguntar, oito anos depois de opções erradas e de falta de reformas no país, o que pode o Partido Socialista prometer de diferente aos portugueses? Muda o estilo, muda o tom, muda a música mas na essência, o PS, seja qual for o líder eleito, só se compromete com mais do mesmo.

Fazer diferente e melhor nem parece um desafio assim tão difícil. Cabe ao PSD e aos restantes partidos responsáveis demonstrar que Portugal não tem de ser isto e que há uma alternativa ao socialismo.

QOSHE - Oito anos depois o PS garante mais do mesmo. - Duarte Marques
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Oito anos depois o PS garante mais do mesmo.

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12.12.2023

Depois da pŕe-bancarrota de 2011, em 2015 António Costa recebeu um país com a economia a crescer, as exportações a crescer como nunca, a dívida pública a descer, o desemprego reduzido, os hospitais estabilizados, uma educação a melhorar cada vez mais nos resultados do PISA, a ciência a vencer cada vez mais os concursos hipercompetitivos da Comissão Europeia e um conjunto de instituições credibilizadas, exigentes e imunes às pressões políticas e ao lobbys dos interesses que sempre rondavam o Estado. Em 2015 Portugal tinha recuperado a sua credibilidade externa e os portugueses já viviam melhor.

Oito anos depois, o que temos?

Apesar do aumento do financiamento, o SNS está nas ruas da amargura passando a sua pior crise desde que foi fundado, resultado da má gestão do Governo, da birra ideológica que levou Marta Temido e António Costa a fechar as PPP de alguns dos melhores hospitais do país, sucedendo-se diariamente casos de pessoas que desesperam........

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