O Japão é um lugar estranho. Esquivo, enigmático, espantoso. Ao oitavo de dez dias, e dez dias é menos que zero, não sei mais do que aquilo que aprendi em Ozu e Kawabata, ou nos dois Donalds, Keene e Richie, ou mesmo nos clichés que, compreendo agora, são verdades fundamentais do Japão ancestral não totalmente expurgadas do Japão moderno. Imagens concretas de uma história abstracta, ou o contrário, quimonos e samurais e kamikazes, o chá e o jogo e a caligrafia, uma sociedade de violência, hierarquia e requinte.

Há muitas dualidades no Japão. Do cinema e da literatura conhecia o choque entre a repressão e a perversão; mas, in loco, encontramos outros dualismos. O silêncio e o ruído, por exemplo: em certas lojas, restaurantes ou comboios ninguém diz nada durante vinte minutos ou meia hora, mas ouvimos sons de altifalantes, alarmes, jingles, elevadores, semáforos.

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QOSHE - Pequeno no Japão - Pedro Mexia
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Pequeno no Japão

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28.01.2024

O Japão é um lugar estranho. Esquivo, enigmático, espantoso. Ao oitavo de dez dias, e dez dias é menos que zero, não sei mais do que aquilo que aprendi em Ozu e Kawabata, ou nos dois Donalds, Keene e Richie, ou mesmo nos clichés que, compreendo agora, são verdades fundamentais do Japão........

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