Não sei se aguento a estabilidade que as maiorias absolutas proporcionam. Esta acabou com uma demissão e a anterior só não teve igual fim devido à raríssima circunstância de uma demissão irrevogável ter sido revogada. É interessante contabilizar o número de precipitações que ocorreram agora, num ambiente de completa estabilidade. Primeiro, o Ministério Público precipitou-se, apresentando um processo que o juiz de instrução considerou fraco, tanto que deixou cair as principais acusações. Depois, o primeiro-ministro precipitou-se, porque se demitiu alegando que corria um processo contra si por o seu nome ter sido mencionado pelos suspeitos, coisa que não constitui delito. A seguir, o presidente precipitou-se, porque dissolveu a assembleia quando poderia ter pedido ao PS, que dispunha de maioria legitimamente eleita, que nomeasse um novo primeiro-ministro. Mas antes já o primeiro-ministro se tinha precipitado uma segunda vez, ao sugerir o nome do governador do Banco de Portugal para chefe do Governo, sem consulta nem autorização dos órgãos competentes do seu partido.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

Já é assinante? Faça login Assine e continue a ler

Comprou o Expresso?

Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

QOSHE - Precipitação valente e imortal - Ricardo Araújo Pereira
menu_open
Columnists Actual . Favourites . Archive
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close
Aa Aa Aa
- A +

Precipitação valente e imortal

7 21
25.11.2023

Não sei se aguento a estabilidade que as maiorias absolutas proporcionam. Esta acabou com uma demissão e a anterior só não teve igual fim devido à raríssima circunstância de uma demissão irrevogável ter sido revogada. É interessante contabilizar o número de precipitações que ocorreram agora, num ambiente de completa estabilidade.........

© Expresso


Get it on Google Play