Numa era onde a emergência climática se apresenta não apenas como uma ameaça distante, mas como uma realidade palpável, o Fórum de Sustentabilidade organizado pela AEMinho - Associação Empresarial do Minho na semana passada veio reforçar um argumento crucial: a sustentabilidade deve ser encarada não como um fardo, mas como uma oportunidade inovadora de redefinir a nossa forma de estar no mundo e nos negócios.

A sustentabilidade emergiu como uma nova filosofia de vida, indispensável na construção de um futuro resiliente. Este paradigma reflete-se obrigatoriamente no tecido empresarial, onde as empresas são chamadas a ser as pioneiras na implementação de práticas que visam minimizar o impacto ambiental, caminhando para uma pegada de carbono neutra. É uma mudança que transcende a esfera corporativa, fomentando uma consciência cívica e social que se dissemina através dos valores e ações dos colaboradores.

Enfrentamos um cenário de emergência climática, uma corrida contra o tempo, onde cada segundo conta. Este desafio colossal coloca-nos perante a necessidade urgente de reavaliar e modificar os nossos comportamentos e decisões. A resistência à mudança e a tendência para privilegiar o conforto imediato em detrimento do bem-estar coletivo a longo prazo são obstáculos significativos. Contudo, a adoção de uma postura global e unificada em relação à sustentabilidade é fundamental. Somente através de uma alteração comportamental em massa poderemos esperar alterar o curso de nossa trajetória climática.

O debate sobre soluções energéticas sustentáveis, especialmente no que toca aos combustíveis, destaca-se como um exemplo emblemático da diversidade de caminhos disponíveis para mitigar os impactos ambientais. A transição para fontes de energia alternativas, como a eletricidade, o hidrogénio e os biocombustíveis, não só oferece uma oportunidade para transformar os nossos padrões de mobilidade, como também promete fomentar uma economia global mais descentralizada e menos dependente de monopólios. Esta diversificação energética é benéfica não só do ponto de vista económico, mas também para a autonomia energética dos países e a estabilidade política global.

O Fórum de Sustentabilidade da AEMinho sublinhou um ponto crucial: mais do que um desafio, a sustentabilidade representa uma oportunidade ímpar. Uma oportunidade de inovar, de liderar pelo exemplo, e de construir um legado positivo para as gerações futuras. Estamos num momento decisivo da história humana, onde a nossa capacidade de agir coletivamente em prol de um objetivo comum poderá determinar o futuro do nosso planeta.

Encarar a sustentabilidade como uma oportunidade requer uma mudança de mentalidade, tanto individual como coletivamente. É uma chamada para que empresas, governos e cidadãos colaborem em prol de um objetivo comum: a preservação do nosso planeta. Ao assumirmos esta responsabilidade com seriedade e comprometimento, podemos transformar o desafio da sustentabilidade numa fonte de inovação, crescimento e, finalmente, esperança para o futuro.

Este artigo apenas inicia a conversa sobre a importância crucial da sustentabilidade no contexto atual. A verdadeira mudança, contudo, começa com a ação. Que este seja o momento para todos nós refletirmos sobre como podemos contribuir para um mundo mais sustentável, começando nas nossas comunidades, empresas e práticas diárias. A sustentabilidade é, de facto, a última fronteira para a nossa sobrevivência — tanto empresarial quanto planetária.

Ao fazermos isso, estamos não apenas a responder à crise climática com a urgência que ela exige, mas também a posicionar-nos na vanguarda de uma nova era económica e social. Uma era onde o sucesso não é medido apenas pelos lucros, mas pela capacidade de gerar impactos positivos duradouros para o planeta e para as sociedades em todo o mundo.

Assim, encorajo todos a verem a sustentabilidade não como um obstáculo, mas como um caminho enriquecedor que nos leva a um futuro mais promissor. A transformação começa com a decisão de agir, de inovar e de liderar com o exemplo. As conclusões do Fórum de Sustentabilidade da AEMinho reforçam esta visão, apelando a uma ação coletiva e determinada em direção a um mundo onde a sustentabilidade é a norma, não a exceção.

Este é o momento para as empresas, em particular, assumirem o seu papel como motores de mudança, adotando práticas sustentáveis que possam inspirar outros e contribuir para uma mudança significativa. Ao fazer isso, não só estaremos a proteger o ambiente, mas também a criar um futuro mais seguro e próspero para as próximas gerações.

Em suma, a sustentabilidade é mais do que uma questão ambiental; é uma questão de sobrevivência, inovação e liderança. O desafio está lançado, e as oportunidades são vastas. Cabe-nos agora agarrá-las com determinação e coragem, redefinindo o que significa ser bem-sucedido num mundo que clama por mudança.

QOSHE - Sustentabilidade: a última fronteira para a Sobrevivência das empresas e do planeta - Ricardo Costa
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Sustentabilidade: a última fronteira para a Sobrevivência das empresas e do planeta

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22.02.2024

Numa era onde a emergência climática se apresenta não apenas como uma ameaça distante, mas como uma realidade palpável, o Fórum de Sustentabilidade organizado pela AEMinho - Associação Empresarial do Minho na semana passada veio reforçar um argumento crucial: a sustentabilidade deve ser encarada não como um fardo, mas como uma oportunidade inovadora de redefinir a nossa forma de estar no mundo e nos negócios.

A sustentabilidade emergiu como uma nova filosofia de vida, indispensável na construção de um futuro resiliente. Este paradigma reflete-se obrigatoriamente no tecido empresarial, onde as empresas são chamadas a ser as pioneiras na implementação de práticas que visam minimizar o impacto ambiental, caminhando para uma pegada de carbono neutra. É uma mudança que transcende a esfera corporativa, fomentando uma consciência cívica e social que se dissemina através dos valores e ações dos colaboradores.

Enfrentamos um cenário de emergência climática, uma corrida contra o tempo, onde cada segundo conta. Este desafio colossal coloca-nos perante a necessidade urgente de reavaliar e modificar os nossos comportamentos e decisões. A resistência à mudança e a tendência para privilegiar o conforto imediato em detrimento........

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