Um novo ano implica, por norma, uma série de compromissos. Uma nova agenda, física e psicológica, cheia de planos, metas e desafios. O mais normal, é atirar para aí um conjunto de boas intenções que se desfilam ao ritmo do fogo. É nesse momento, que prometemos este mundo e o outro. À conta disso, enfiam-se projetos atrás uns dos outros como se o mundo se definisse em poucos minutos intercalados por abraços e brindes regados a champanhe. Isso é o normal. Mas vale a pena ir um pouco mais à frente e acrescentar uns grãos de compromisso para levar a sério. Definir planos e comprometer-se com eles. Garantir que são exequíveis, mesmo que ambiciosos. E ter a certeza de que não acontecem por obra e graça do alheio.

Da parte do Jornal, a determinação passa muito pela entrega ao projeto. Pelo trabalho. Pelo esforço de todos os setores da Empresa. Todos, todos, todos. Pela qualidade e perseguição do rigor, apesar das falhas. Pela informação válida e plural, sabendo que é impossível agradar a todos ao mesmo tempo. Pela imagem capaz de surpreender e de ganhar prémios internacionais, como aconteceu em 2023. Pela atualidade do site e o crescimento permanente nas redes sociais, como aconteceu ao longo de todo o ano passado. Pela rádio em que ‘estamos juntos’. Pelos Leitores, Parceiros e Anunciantes. Tem sido esse o percurso nos últimos anos. O projeto JM ganhou espaço próprio. Desbravou caminhos de desequilíbrio e preconceito. E este ano vai ser o que se fizer. Mas o desafio mantém-se e os obstáculos são reais. Feitos de custos acrescidos com a inflação, como em todas as empresas e famílias. Com a carestia do papel ou do desenvolvimento de ferramentas tecnológicas. Daí a importância, mesmo a necessidade, de se abrir um novo debate sobre a premência de outro olhar das entidades públicas para os órgãos de comunicação social neste País e nesta Região.

Não se fala aqui da esmola, da mão estendida por uns e da ostentação dos apoios por outros. O que se sugere é a capacidade de ver mais além do que o pequeno quintal de cada instituição pública, política, partidária, social, desportiva ou cultural. É preciso envolver todos num debate que deve interessar aos agentes públicos e privados comprometidos com valores fundamentais em qualquer democracia adulta. Para essa meta é preciso compreender a importância de uma informação credível e responsável. Livre de humores e de penhores. Liberta dos pequenos poderes de qualquer poder. O que se defende aqui é que a informação séria seja encarada como um bem essencial que se paga num quadro legal feito de regras claras e contas certas. Esse é o caminho para uma informação credível, responsável, com ética, nome e rosto. A outra opção, a mais simples, é abrir a porta ao regabofe feito de contrainformação desregrada. Sem caras, nem nomes, nem nada. Esse não é o caminho. Nem sequer a vereda. É o abismo.

Voltemos ao início: o mais normal é brindarmos a pensar que o novo ano vai ser o que se quiser. O mais racional é termos presente que o novo ano vai ser o que se fizer. Que façam todos um bom ano.

QOSHE - 2024 vai ser o que se fizer - Miguel Silva
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2024 vai ser o que se fizer

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01.01.2024

Um novo ano implica, por norma, uma série de compromissos. Uma nova agenda, física e psicológica, cheia de planos, metas e desafios. O mais normal, é atirar para aí um conjunto de boas intenções que se desfilam ao ritmo do fogo. É nesse momento, que prometemos este mundo e o outro. À conta disso, enfiam-se projetos atrás uns dos outros como se o mundo se definisse em poucos minutos intercalados por abraços e brindes regados a champanhe. Isso é o normal. Mas vale a pena ir um pouco mais à frente e acrescentar uns grãos de compromisso para levar a sério. Definir planos e comprometer-se com eles. Garantir que são exequíveis, mesmo que ambiciosos. E ter a certeza de que não acontecem por obra e graça do alheio.

Da parte do Jornal, a determinação passa muito........

© JM Madeira


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