Pinto da Costa ou André Villas-Boas, um deles vai presidir ao F. C. Porto até 2028. Nuno Lobo que me desculpe por o tirar desta equação. Não sei qual deles vai ganhar as eleições de hoje - ao escrever este texto veio-me à cabeça a célebre frase do histórico capitão João Pinto: “Prognósticos só no fim do jogo” -, mas tenho uma certeza: o futuro do F. C. Porto começa hoje nas urnas, para o bem ou para o mal. Espero que o vencedor seja capaz de cumprir o que prometeu durante a campanha, nomeadamente dar passos seguros e transparentes para tirar o clube do buraco financeiro em que caiu (mais de 500 milhões de euros de passivo) e que constitui, sem dúvida, uma séria ameaça à sobrevivência deste símbolo da Invicta e de Portugal.

Serão os sócios do F. C. Porto a decidir que futuro pretendem para o clube. Se querem Pinto da Costa a presidente por mais quatro anos (serão 46 anos no cargo se concluir o 16.º e último mandato) ou se é a hora da mudança pedida por André Villas-Boas. De forma democrática e transparente, que honre o 50.ª aniversário da Revolução dos Cravos que acabámos de festejar e que tirou o país de uma escuridão pela qual ainda hoje, infelizmente, há quem suspire.

Desde que chegou à presidência do F. C. Porto, em 1982, Pinto da Costa não tem a reeleição garantida quando é desafiado nas urnas. Muito por erros próprios, na minha opinião, pois foi adiando o que devia ter sido prioritário: estancar o galopante passivo que acerca o F. C. Porto do abismo, do ponto de não retorno. Os portistas não querem isso e questionam-se, à semelhança de Villas-Boas, sobre como foi possível chegar até aqui. Não sei quem vai ganhar, mas Pinto da Costa continuará a ser o presidente dos presidentes, mesmo se perder. E se isso acontecer nunca será por ingratidão dos sócios, mas sim porque a maioria entendeu, após 42 anos de apoio incondicional, que um novo presidente era o melhor para o futuro do clube. Afinal, o F. C. Porto não tem dono. É dos sócios!