Com uma rede hidrográfica que totaliza, aproximadamente, 582 quilómetros de extensão, na qual se destacam os rios Leça e Ave, Santo Tirso tem vindo a implementar uma estratégia municipal destinada a reabilitar e valorizar as linhas de água do seu território.

Hoje vive-se uma nova era na relação entre os municípios, os cidadãos e as suas linhas de água, fruto de uma maior consciencialização ambiental e de uma legislação comunitária e nacional mais rigorosa.

É neste contexto que está a ser implementado o Plano Estratégico de Reabilitação das Linhas de Água (PERLA) de Santo Tirso, um importante documento que, por um lado, apresenta a caracterização e diagnóstico da rede hidrográfica. E, por outro, propõe linhas de ação para a requalificação ambiental.

Atualmente, estão em curso importantes intervenções nalgumas das principais linhas de água de Santo Tirso. Desde logo, a reabilitação do rio Leça (que nasce no concelho), no âmbito da primeira associação de municípios em Portugal propositadamente constituída para fazer renascer um rio.
Em simultâneo, está também no terreno uma intervenção destinada a valorizar o corredor ribeirinho entre o rio Ave e o rio Vizela, envolvendo a limpeza das margens, a desobstrução de leitos e a plantação de 17 mil árvores autóctones, entre outras medidas destinadas a devolver as duas linhas de água às pessoas.

Esta intervenção antecede a construção de uma ligação pedonal e ciclável que ligará dois dos mais importantes parques do município - o Verdeal e o Sara Moreira - criando um corredor ecológico entre ambos, com uma extensão de seis quilómetros.

Projetos que estão em sintonia e em articulação com o Plano Municipal do Ambiente e o Pacto de Autarcas para o Clima e a Energia, a que Santo Tirso aderiu e que visa o combate às alterações climáticas através da descarbonização das cidades e da promoção do acesso a energia segura, sustentável, acessível e renovável.

As intervenções em curso nas linhas de água de Santo Tirso resultam, assim, de uma visão integrada e estratégica de atuação, que envolve o município e outros parceiros fundamentais. Entre eles, destaco a cooperação fundamental que tem existido com a equipa técnica responsável pelo desenvolvimento do PERLA, liderada por Pedro Teiga, um dos maiores especialistas em Portugal nesta área. E, também, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), devendo aqui destacar o contributo fundamental do seu vice-presidente, José Carlos Pimenta Machado.

Porque a defesa das nossas linhas de água - e do Ambiente em geral - é uma missão que nos cabe a todos: câmaras municipais, entidades da administração do Estado, juntas de freguesia, associações, operadores e concessionários da água, empresários, agricultores e população em geral. Salvar os nossos rios é salvar a vida!