O resultado das eleições legislativas expressa um sentido de mudança, independentemente da apreciação de cada um de nós, enquanto eleitores e cidadãos. Quando seria expectável um novo ato eleitoral na segunda metade de 2026, assistimos à inesperada dissolução do Parlamento e a novas eleições para o mesmo fim em menos de cinco anos. E tudo mudou, em especial na composição parlamentar, onde o Partido Socialista e as forças partidárias à sua esquerda são agora minoritárias.

A Aliança Democrática ganhou as eleições e cumpre-lhe formar Governo! É assim em democracia, pese o esbracejar de uma certa Esquerda que se arroga de uma superioridade moral para a qual a paciência se esgotou faz tempo. Por isso espera-se que Luís Montenegro, o próximo primeiro-ministro, se concentre nas opções que possam criar um cenário expectável de mudança positiva.

O serenar da inquietude nas forças de segurança, o estancar da turbulência na saúde, na educação e na justiça são, desde logo, vetores essenciais a abordar. Mas é na área da economia que todos esperamos ver alterações mais substantivas. O país precisa de respirar e a baixa de impostos é decisiva para que tal aconteça. A redução do IRC para as empresas, mas também das taxas de IRS para o conjunto dos escalões, é fundamental para inverter a drenagem dramática de recursos humanos qualificados a que temos assistido.

Não é possível manter uma política em que a diferença líquida entre o salário mínimo e o de um técnico superior esteja hoje na casa dos 200 euros, ou menos. Este lento e inexorável enfraquecimento do poder de compra da classe média está a matar o futuro do país. As contas certas, através de formas de não execução orçamental, do aumento global de carga fiscal e da distribuição profusa de pequenas benesses pela população não ativa, têm um resultado final que não se sente no imediato ou em cada medida de per se, mas que agora é claro e negativo. Por isso, respeitando as diferenças, temos de mudar.

QOSHE - A mudança - Emídio Gomes
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A mudança

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15.03.2024

O resultado das eleições legislativas expressa um sentido de mudança, independentemente da apreciação de cada um de nós, enquanto eleitores e cidadãos. Quando seria expectável um novo ato eleitoral na segunda metade de 2026, assistimos à inesperada dissolução do Parlamento e a novas eleições para o mesmo fim em menos de cinco anos. E tudo mudou, em especial na composição parlamentar, onde o Partido Socialista e as forças partidárias à sua esquerda são agora minoritárias.

A Aliança........

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