Recentemente, o Conselho Geral do Politécnico do Porto deu parecer positivo à proposta de despedimento de um docente e à de suspensão de outros dois, na sequência de processos disciplinares instaurados após as corajosas denúncias de estudantes por assédio em abril do ano passado.

O comportamento destes docentes, para além de poder constituir crime, envergonha a Academia do Porto e o Ensino Superior português.

As instituições de Ensino Superior têm de ser espaços seguros de democracia e liberdade, onde é promovido o conhecimento científico, mas também a cidadania, baseada no respeito pela dignidade humana.

Temos tolerância zero perante situações de abuso e discriminação no sistema de Ensino Superior. Como tal, urge a necessidade de implementar ações concretas, de forma a assegurar que todos os estudantes dispõem da possibilidade de recorrer, em condições de segurança e confidencialidade, a mecanismos de denúncia, tendo a garantia de que a culpa não morre solteira e os responsáveis serão punidos.

Por trás de cada frase, de cada gesto, há uma vítima. O que nós, estudantes, não podemos, porque não temos esse direito, é calar-nos, seja sob que pretexto for perante este tipo de comportamentos. Urge agir. Desconhece-se, até agora, os resultados (se é que existem) da “Comissão para a criação de Estratégia de Prevenção do Assédio nas Instituições de Ensino Superior”, constituída pelo Governo em maio de 2023.

É, por isso, fundamental criar um mecanismo nacional que permita às vítimas de assédio ou de discriminação a apresentação de denúncias, com o objetivo de diminuir os receios que muitas vezes vigoram nestes casos. Estamos contra o assédio: doa a quem doer!

QOSHE - Contra o assédio: doa a quem doer - Francisco Porto Fernandes
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Contra o assédio: doa a quem doer

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12.01.2024

Recentemente, o Conselho Geral do Politécnico do Porto deu parecer positivo à proposta de despedimento de um docente e à de suspensão de outros dois, na sequência de processos disciplinares instaurados após as corajosas denúncias de estudantes por assédio em abril do ano passado.

O comportamento destes docentes, para além de poder constituir crime, envergonha a Academia do Porto e o Ensino Superior português.

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