Ainda a torrente de críticas suscitada pela aparição de Pedro Passos Coelho não tinha terminado e já Luís Montenegro se via confrontado com novo ataque. Não o de tinta verde (já lá vamos), mas o da incómoda posição do vice-presidente do CDS, parceiro na AD, a defender um recuo no acesso ao aborto. Por muito que tenha sacudido qualquer simpatia por uma posição “pessoal” de Paulo Núncio, o candidato da AD dispensaria a (nova) oportunidade entregue de bandeja à Esquerda para o acusar de colagem a ideias conservadoras.

Se é verdade que sobre o impacto destes incidentes apenas se pode especular, os estudos sobre indecisos mostram que são maioritariamente mulheres e, embora pouco politizados, a pender para a esquerda. Discursos que encostem a AD à extrema-direita ou façam soar alarmes quanto aos direitos da mulher podem ter um efeito mobilizador desta faixa de eleitores.

Mais difícil será mobilizar os jovens, atraídos para a abstenção. A descrença na política e nos seus protagonistas explica esse afastamento. Mas não justifica, claro, a opção por formas de ativismo que desrespeitam a própria democracia e configuram crime, como foi o protesto contra Montenegro que se tornou imagem do dia.

QOSHE - Radar de campanha: Tinta verde e outros ataques - Inês Cardoso
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Radar de campanha: Tinta verde e outros ataques

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29.02.2024

Ainda a torrente de críticas suscitada pela aparição de Pedro Passos Coelho não tinha terminado e já Luís Montenegro se via confrontado com novo ataque. Não o de tinta verde (já lá vamos), mas o da incómoda posição do vice-presidente do CDS, parceiro na AD, a defender um recuo no acesso ao aborto.........

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