Vivemos retrocessos impensáveis. A execução na sexta-feira de Kenneth Eugene Smith é um exemplo disso. A morte do condenado homicida, de 58 anos, conseguida através da inalação de azoto, foi declarada depois de se ter pisado tudo aquilo que se pretende salvaguardar nos tratados de direitos humanos, que rejeitam qualquer execução por métodos cruéis. A Justiça dos EUA prosseguiu nos seus intentos de matar Smith, ignorando apelos de todo o Mundo para travar a atrocidade.

As Nações Unidas classificaram o procedimento, nunca antes realizado, como “tortura”, mas não travaram o tribunal do Alabama, decidido a matar, por métodos alternativos à injeção letal, dando combustível aos que defendem que os métodos, os meios, justificam os fins. A própria indústria farmacêutica tem-se posicionado contra a produção ou administração de substâncias para fazer cumprir a atroz pena de morte.

É inconcebível que qualquer país ignore a ONU, ignore tudo e todos, com tamanha indiferença, desconsiderando os tratados de direitos humanos, com a mesma bestialidade que com eles se tentou acabar, a mesma que afeta o progresso civilizacional.

QOSHE - #meiosefins - Joana Almeida Silva
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27.01.2024

Vivemos retrocessos impensáveis. A execução na sexta-feira de Kenneth Eugene Smith é um exemplo disso. A morte do condenado homicida, de 58 anos, conseguida através da inalação de azoto, foi declarada depois de se ter pisado tudo aquilo que se pretende salvaguardar nos tratados de........

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