São umas atrás das outras e vão continuar. A noite dos facas longas vai fazer sangue na sociedade portuguesa.

Dois meses de campanha eleitoral vão deixar Portugal de rastos com escândalos atrás de escândalos nas primeiras páginas dos jornais e nos noticiários da TV.

Pode até parecer que lançar o país em dois meses de campanha eleitoral apenas serviria esse propósito, tamanho é o potencial estrago.

O tempo que devia servir para esclarecer o sentido de voto dos portugueses não vai fazer mais que confundi-los.

A essa decisão exclusiva de Marcelo Rebelo de Sousa cabe uma pergunta à moda do Padre António Vieira: porquê fazer longa uma carta que se podia escrever curta?

Quais a razões que assistiram o presidente para a escolha de uma data tão distante. Quem fica a ganhar e quem mais vai perder com o banho de lama anunciado.

Lançar o país no caos da indecisão durante três meses serve apenas agendas pessoais e não representa nenhum esforço ou vontade de servir o país e os portugueses.

Este “prolongamento” da campanha eleitoral gera um estado de incerteza e indecisão que só pode ser prejudicial. Tanto do ponto de vista económico quanto social.

Este período eleitoral extenso vai desviar o foco de questões urgentes, atrasando decisões importantes e criando um ambiente de instabilidade política.

Além disso, esta neverending story vai exaurir ainda mais os cidadãos, aumentando a “fadiga eleitoral” e a abstenção.

Quem fica a ganhar? Os partidos políticos? O presidente da República? Outros órgãos de soberania? Ninguém entende.

QOSHE - Os males de uma campanha eterna - José Manuel Diogo
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Os males de uma campanha eterna

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04.01.2024

São umas atrás das outras e vão continuar. A noite dos facas longas vai fazer sangue na sociedade portuguesa.

Dois meses de campanha eleitoral vão deixar Portugal de rastos com escândalos atrás de escândalos nas primeiras páginas dos jornais e nos noticiários da TV.

Pode até parecer que lançar o país em dois meses de campanha eleitoral apenas serviria esse propósito, tamanho é o........

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