A TINA chegou à Argentina. Rima e é verdade, mas convém explicar que TINA é o acrónimo de "there is no alternative", que é como quem diz: amanhem-se, que tem mesmo de ser assim. É um velho argumento que foi muito usado nos tempos da troika em Portugal, por alturas do Governo de Pedro Passos Coelho, e que agora é o novo mantra de Javier Milei, para impor 300 medidas de austeridade, liberalização da economia e empobrecimento geral da população. E como a TINA se sente sozinha, vem acompanhada da velha canção de culpar a governação anterior. Milei até nem queria, mas vai ter de ser. E os argentinos começam a arrepender-se de ter votado num lunático que, honra seja feita, nunca o escondeu ao que vinha.

Foram marcados protestos, fez-se um "panelaço", mas sempre sob ameaça, porque são todos muito democratas, mas só enquanto a coisa corre bem. Segundo a ministra do "Capital Humano", quem participar em protestos como corte de estradas ou que provoquem o bloqueio de ruas vai perder direito a apoios sociais do Estado. É lugar-comum chamar "facho" num sentido pouco rigoroso a torto e a direito, muitas vezes sem motivo, mas se alguém ameaça quem protesta e depois retalia... Já perceberam onde quero chegar, não perceberam?

QOSHE - #TINA - Luís Pedro Carvalho
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#TINA

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23.12.2023

A TINA chegou à Argentina. Rima e é verdade, mas convém explicar que TINA é o acrónimo de "there is no alternative", que é como quem diz: amanhem-se, que tem mesmo de ser assim. É um velho argumento que foi muito usado nos tempos da troika em Portugal, por alturas do Governo de Pedro Passos Coelho, e que........

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