No momento em que escrevo esta crónica, ainda não são conhecidos os resultados eleitorais das legislativas, o que me permite um exercício de análise independente dos mesmos.

Portugal encontra-se perante o arranque de um novo ciclo que deve ser marcado pela estabilidade e responsabilidade do novo Governo. Como cidadãos, temos que aceitar e respeitar a vontade dos portugueses, assim como as regras do jogo democrático. É importante que, a partir de hoje, o país cerre fileiras em torno da nova administração central e facilite um novo paradigma de desenvolvimento para o país. Esta é a nossa obrigação enquanto cidadãos e, no meu caso em particular, enquanto autarca.

O novo Governo tem responsabilidades grandes no futuro do país, mas nenhum de nós deixa de ter responsabilidades na matéria. O nosso compromisso com Portugal tem que ser diário e tenho a certeza que da parte dos autarcas portugueses esse compromisso é ponto assente.

Na minha atividade enquanto autarca, tenho tido a oportunidade de conhecer muitos colegas de outras autarquias e, independentemente dos partidos pelos quais foram eleitos, encontro da parte deles uma disponibilidade e um compromisso totais com o país e com os territórios que gerem. Este é um testemunho que explica bem a razão por que a instauração do poder local foi uma das mais importantes conquistas de Abril, a par do aparecimento dos partidos políticos enquanto associações privadas com fins constitucionais.

Passados 50 anos da conquista da liberdade, que as circunstâncias fizeram coincidir com o arranque de uma nova legislatura, é tempo de recordar os valores de Abril e de os colocar em cima de todas as decisões, principalmente por parte daqueles que ontem foram eleitos. Abril exige responsabilidade, respeito pelo povo e pelos valores democráticos. Só assim Portugal sairá da cauda da Europa e acelerará para se aproximar do pelotão da frente dos seus congéneres europeus.

Há reformas estruturais que é preciso fazer, há novos desafios a que é preciso dar resposta, como, por exemplo, o problema demográfico e da habitação, as alterações climáticas, a sustentabilidade social, a emigração e a imigração, entre tantos outros. Há, como dizia, muito a fazer, mas para isso é preciso sentido de Estado por parte dos novos eleitos e daqueles que vierem a ser os novos governantes, mas também por parte do povo, ao qual cabe escrutinar os seus representantes e dar-lhes a devida resposta, no devido tempo.

Agora é tempo de confiar nos novos representantes democraticamente eleitos. Na dúvida, devemos dar-lhes o benefício e com eles trabalhar para um futuro melhor. Enquanto autarca, foi o que sempre fiz e continuarei a fazer. Assim se faz Abril hoje!

QOSHE - Novo ciclo, nova oportunidade - Mário Passos
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Novo ciclo, nova oportunidade

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11.03.2024

No momento em que escrevo esta crónica, ainda não são conhecidos os resultados eleitorais das legislativas, o que me permite um exercício de análise independente dos mesmos.

Portugal encontra-se perante o arranque de um novo ciclo que deve ser marcado pela estabilidade e responsabilidade do novo Governo. Como cidadãos, temos que aceitar e respeitar a vontade dos portugueses, assim como as regras do jogo democrático. É importante que, a partir de hoje, o país cerre fileiras em torno da nova administração central e facilite um novo paradigma de desenvolvimento para o país. Esta é a nossa obrigação enquanto cidadãos e, no meu caso em particular, enquanto........

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