Foste indecente e fizeste má figura, diz Passos Coelho a António Costa. Este declara que não vai perder tempo em responder às ofensas, mas não perde um segundo a responder às ofensas. É azedume. Azedume de quem deve estar cansado de estar há oito anos à espera do diabo, explica à chegada ao jantar de Natal do grupo parlamentar do PS.

Segue-se o papão da extrema-direita. Aquela que, segundo o primeiro-ministro, contaminou o PSD “no estilo, no vocabulário, na forma de estar na política”. Pedro, o sucessor, reforça. “Pouco distingue a linguagem do líder do PSD da do líder do Chega”. Luís Montenegro desmente. Garante um novo “não” a André Ventura. Não e não. Não vai querer o apoio do Chega nem acredita que este partido possa ter mais votos do que o seu. Isso seria a lógica “de acreditar no Pai Natal”. Montenegro é crescido. Já não acredita. Confia mais numa coligação com o CDS para tentar conquistar eleitorado à Direita, já que a Iniciativa Liberal lhe bateu com a porta. Abriu a caça ao voto útil.

Soundbites e mais soundbites. Promessas. Leilões delas. No país real, importam pouco as contas políticas. No país político, importa pouco a inteligência dos eleitores. Há uma certa forma de fazer política que está gasta. É política para fazer dentro de casa e não fora dela. Uma política que se mantém igual ao longo dos diversos atos eleitorais, mesmo que conduza à desistência voluntária do exercício do direito do voto. E para quem se preocupa tanto com o crescimento dos extremismos, é incompreensível que todos os dias o alimente para o engordar depressa.

Recorrendo às palavras de Luís Montenegro sobre o discurso de vitória de Pedro Nuno Santos, “espreme-se e não sai nada” deste período pré-eleitoral. O problema não seria grave se este aperto se ficasse pelas palavras. Mas não. Uma grande parte do país não está espremido. Está entalado.

QOSHE - Eleitor de boa e decente figura - Manuel Molinos
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Eleitor de boa e decente figura

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22.12.2023

Foste indecente e fizeste má figura, diz Passos Coelho a António Costa. Este declara que não vai perder tempo em responder às ofensas, mas não perde um segundo a responder às ofensas. É azedume. Azedume de quem deve estar cansado de estar há oito anos à espera do diabo, explica à chegada ao jantar de Natal do grupo parlamentar do PS.

Segue-se o papão da extrema-direita. Aquela que, segundo o primeiro-ministro, contaminou o PSD “no estilo, no vocabulário, na forma........

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