A pergunta é simples. A resposta complexa. Será que o país vai novamente a votos daqui a alguns meses? Certo é que o Governo apresentado ontem tentará a todo o custo evitar eleições antecipadas. Incerto é se consegue, mesmo sendo um executivo musculado.

Os portugueses que se deslocaram às urnas no dia 10, e recorde-se que desta vez foram mais do que o habitual, fizeram-no com a esperança (e desespero) de estarem a contribuir para um futuro melhor. Saúde, habitação, educação e justiça são as áreas que respondem a necessidades básicas dos cidadãos e cujas reformas estruturais, além de urgentes, são incontornáveis.

Face à frágil composição parlamentar ditada pelos resultados das legislativas, o primeiro-ministro indigitado apostou em construir um Governo sobretudo político, com nomes fortes do aparelho, como, por exemplo, o eurodeputado Paulo Rangel, Miguel Pinto Luz, vice-presidente do PSD, Leitão Amaro, também vice-presidente do partido, e Joaquim Miranda Sarmento, ex-líder parlamentar que agora assume a importante pasta das Finanças.

Ainda que tenha imperado o silêncio sobre os nomes dos novos ministros até ao momento em que foram levados ao presidente da República, não há grandes surpresas no elenco escolhido. As novidades vão para a representação da sociedade civil no elenco, marcando presença nas pastas da Justiça, Cultura, Administração Interna e Educação.

Mas, tal como António Costa, que se fez rodear do seu círculo fiel, Luís Montenegro apostou forte na prata da casa face ao difícil combate que terá de travar com os dois maiores partidos da Oposição. Não é por acaso que Paulo Rangel e Joaquim Miranda Sarmento são também ministros de Estado.

Fica a dúvida quanto à eficácia para criar consensos e a certeza da aposta num padrão de integridade e currículo para garantir bons índices de confiança no arranque da nova legislatura.

QOSHE - Escolhidos para combate - Manuel Molinos
menu_open
Columnists Actual . Favourites . Archive
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close
Aa Aa Aa
- A +

Escolhidos para combate

8 3
29.03.2024

A pergunta é simples. A resposta complexa. Será que o país vai novamente a votos daqui a alguns meses? Certo é que o Governo apresentado ontem tentará a todo o custo evitar eleições antecipadas. Incerto é se consegue, mesmo sendo um executivo musculado.

Os portugueses que se deslocaram às urnas no dia 10, e recorde-se que desta vez foram mais do que o habitual, fizeram-no com a esperança (e desespero) de estarem a contribuir para um futuro melhor. Saúde,........

© Jornal de Notícias


Get it on Google Play