Processos, rotinas e crescimento. Sérgio Conceição precisava de injectar presença e afirmação numa equipa que acrescentava bons resultados pela margem mínima e desconfiava de si maximamente. Com lesões e jogadores acabados de ingressar no plantel para sectores nevrálgicos, sentia-se ser em competição que a equipa procurava soluções e alguma paz de espírito, algo que só poderia florescer no Olival. A pausa para os jogos das selecções veio a talho de treino. Mérito a quem a soube aproveitar.
Sem Galeno, a opção nunca foi a de retirar verticalidade a um dos corredores. Francisco Conceição deixou claro que não é só escolha de últimos minutos. Desbloqueador nato, também pode ser construtor inicial quando a equipa quiser ter “entradas de dragão”. E esse é um plano de jogo alternativo: não esperar que Francisco Conceição desbloqueie eventualmente no fim do jogo quando pode solucionar afirmativamente no início. O grande desafio individual será finalmente ser encarado como um jogador que sai do jogo já resolvido e não como aquele que entra para o resolver. Mais uma belíssima opção, como sempre e aqui de modo reforçado, em família.
O acerto de Eustaquio já não é um dado volátil e continua a aparecer em zonas de finalização com muita capacidade. Sem Wendell e com João Mário puxado à esquerda, surge Jorge Sánchez no lado direito da defesa a relembrar a relação ocasional com Conceição no Ajax. Sobra a certeza de que dificilmente a equipa vive com Pepê recuado. Sem Otávio, tem que ser ele a pautar parte da gestão de intensidade do jogo. Depois, Taremi e Evanilson, dupla. Já tínhamos saudades desta consistência.
*Adepto do F. C. Porto
(O autor escreve segundo a antiga ortografia)