Apesar das muitas baixas e ausências veladas desde que a época começou, os sinais de retoma exibicional eram notórios. O que se viu frente ao Estoril foram inexplicáveis sinais de cansaço, falta de crença e de soluções. O F. C. Porto partilha o meio da classificação em golos marcados, treze-apenas-treze, ex-áqueo com o Moreirense, o que nos atira para uma circunstância quase paranormal: menos golos marcados do que Sporting, Benfica, Braga, Vitória, Boavista, Gil Vicente, Farense e o outrora lanterna-vermelha Estoril. A soma de pontos que nos permite habitar os lugares cimeiros é uma prova de superação da pior fase que teima em não passar.

Depois das vitórias afirmativas em Antuérpia e Vizela, o caminho inverso à retoma que a equipa trilhou no Dragão não foi só um balde de água fria. Mais do que o manual do gelo, sobra a ideia de que a equipa não mudou a hora. Indolente, agora descrente, sem soluções e com sinais de exaustão física e mental. Como se fosse impossível saber se vai jogar com a cara ou com a coroa, o F. C. Porto é uma surpresa prestes a acontecer, uma alegria ou temor em suposição. Tudo o que se passa, pode ser o seu contrário, um dia depois.
E é por essa volatilidade feita consistência europeia que hoje quase podemos carimbar o passaporte para os 1/8 da Champions. Com ou sem reforços vindos de lesão, vindos do mercado, vindos de dentro de quem pareceu desaprender de jogar, a certeza de que um resultado positivo seguido de uma vitória em Guimarães, relança os adeptos para a confiança de que não haverá recuo para a tremideira. Mas, para isso, haverá que tomar opções e decisões que passam por esquecer fantasmas.

*Adepto do F. C. Porto

O autor escreve segundo a antiga ortografia

QOSHE - Demasiado pouco - Miguel Guedes
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Demasiado pouco

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07.11.2023

Apesar das muitas baixas e ausências veladas desde que a época começou, os sinais de retoma exibicional eram notórios. O que se viu frente ao Estoril foram inexplicáveis sinais de cansaço, falta de crença e de soluções. O F. C. Porto partilha o meio da classificação em golos marcados, treze-apenas-treze, ex-áqueo com o Moreirense, o que nos atira para uma circunstância quase paranormal: menos golos marcados do que Sporting, Benfica,........

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