É rara a sensação de que terá havido um jogo, passado recente, onde uma equipa não entrou capaz de suportar a pressão de ter que ser, acima de tudo, equilíbrio. Mais do que habituada aos grandes palcos, o F. C. Porto entrou para errar e incapaz de se impor, ao ponto de querer terminar o jogo mais cedo, com uma expulsão do capitão Pepe, sem apelo nem agravo, sem intenção ou maldade, mas de uma imprudência maior. O F. C. Porto não foi inteligente na gestão das emoções e importa saber se isso aconteceu por descrer no seu futebol e nas soluções que tinha para poder vencer o jogo ou se foi apenas mais um jogo mau. Nunca estivemos por cima do adversário, nunca controlámos apesar da posse e o abalo de Gyokeres já era previsível ou antecipável.

Sem que se consiga eleger o melhor jogador azul e branco de forma evidente, tudo o que se passou em campo não pode morrer nele. Sérgio Conceição havia pedido uma equipa “à Liga dos Campeões” mas foi uma “à Taça da Liga” que apareceu em campo. Incapaz de surpreender ou equilibrar a contenda, nem conseguiu ter o acerto de reclamar uma grande penalidade por marcar sobre Evanilson no fim da primeira parte. Com menos um, uma vez mais a jogar em inferioridade numérica, entre o pouco e o poucochinho, o melhor que conseguiu foi chegar a Alvalade em igualdade pontual. Se o Sporting não tivesse escorregado em Guimarães, estaríamos agora a uma distância nada feliz para Natal. Anonimato. O melhor que o F. C. Porto parece ter conseguido esta época na Liga nacional é chegar à 14.ª jornada com as esperanças intactas de começar, finalmente, a jogar.

*Adepto do F. C. Porto

* O autor escreve segundo a antiga ortografia

QOSHE - Jornada de anonimato - Miguel Guedes
menu_open
Columnists Actual . Favourites . Archive
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close
Aa Aa Aa
- A +

Jornada de anonimato

9 39
20.12.2023

É rara a sensação de que terá havido um jogo, passado recente, onde uma equipa não entrou capaz de suportar a pressão de ter que ser, acima de tudo, equilíbrio. Mais do que habituada aos grandes palcos, o F. C. Porto entrou para errar e incapaz de se impor, ao ponto de querer terminar o jogo mais cedo, com uma expulsão do capitão Pepe, sem apelo nem agravo, sem intenção ou maldade, mas de uma imprudência maior. O F. C.........

© Jornal de Notícias


Get it on Google Play