Quando José Mourinho começou a construir nome no futebol e lapidava o F. C. Porto para duas importantes conquistas europeias, chegou a proferir uma ideia sobre o mercado de transferências que tem tanto de inteligente como de acutilante. Dizia o treinador que quem contrata muito no inverno é porque abordou mal a janela do verão. É um facto indesmentível. Às vezes, até nem é preciso analisar a questão na perspetiva da quantidade, mas pela forma como as posições são preenchidas como uma espécie de retificação ou emenda.

O Benfica é um bom exemplo desta tendência pela forma como está a passar um corretor e tem atacado o mercado durante o mês de janeiro. A contratação de Álvaro Carreras mostra como Jurasek foi um erro de casting quando era preciso uma ação mais perspicaz na escolha do sucessor de Grimaldo, um lateral esquerdo que abria o jogo, dava profundidade e desequilibrava tanto como os melhores avançados. Ver Morato a aventurar-se na asa esquerda é colocar-lhe um nível de exigência acima das capacidades de um defesa central competente, mas sem destreza e habilidade para uma posição onde a velocidade e a técnica fazem a diferença. E o Benfica sente bem esse enorme calcanhar de Aquiles diante de adversários mais fechados.

Se a contratação de Rollheiser terá como propósito garantir uma linha de sucessão jovem a Di María, a chegada de Marcos Leonardo pode ser vista como uma necessidade de preencher uma lacuna deixada pela saída de Gonçalo Ramos para o Paris Saint-Germain, um avançado dinâmico, pressionante e goleador, predicados que Arthur Cabral tarda em mostrar com consistência. O mercado de inverno nunca é fácil, basta ver que na época passada o Benfica garantiu Schjelderup, Gonçalo Guedes e Tengstedt em janeiro e passado um ano só o último deles continua no plantel. E mesmo assim ainda não convenceu totalmente.

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QOSHE - O Benfica e o mercado de inverno - Norberto A. Lopes
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O Benfica e o mercado de inverno

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27.01.2024

Quando José Mourinho começou a construir nome no futebol e lapidava o F. C. Porto para duas importantes conquistas europeias, chegou a proferir uma ideia sobre o mercado de transferências que tem tanto de inteligente como de acutilante. Dizia o treinador que quem contrata muito no inverno é porque abordou mal a janela do verão. É um facto indesmentível. Às vezes, até nem é preciso analisar a questão na perspetiva da quantidade, mas pela forma como as posições são........

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