Acabamos de conhecer as listas de candidatos para o Parlamento Europeu e, inevitavelmente, a discussão gira em torno do processo de escolha dos nomes e não tanto das questões políticas. A discussão está, neste momento, inteiramente voltada para o plano interno e assim deverá manter-se nas próximas semanas.

É quase inevitável. Vamos continuar a assistir a inúmeros debates sobre a escolha dos cabeças de lista - sobretudo de Marta Temido e Sebastião Bugalho - e vamos terminar a olhar para os resultados à luz da “mensagem” que o eleitorado transmitiu ao votar desta ou daquela maneira.

Nos anos seguintes à integração de Portugal, habituamo-nos a discutir o projeto europeu. Quem era mais ou menos federalista, quem defendia a integração económica, o papel da moeda única e das instituições europeias e as respetivas competências. Estes eram alguns dos temas que distinguiam os partidos políticos. Mas hoje olhamos para a União Europeia de uma maneira bem diferente.

Talvez fruto de uma excessiva colagem das eleições europeias à situação política nacional, preocupamo-nos muito mais em saber se os resultados das eleições para o Parlamento Europeu são um cartão vermelho ao Governo ou um teste ao crescimento da Oposição e esquecemos o fundamental: este é o momento, por exemplo, de discutir a integração europeia, o nosso papel na União e se queremos ou não o alargamento e em que moldes.

Portugal só teria a ganhar se, depois desta fase de debate sobre os nomes escolhidos, se conseguisse discutir tantos aspetos que se revelam fundamentais para o projeto europeu. Sejam as relações comerciais e políticas com a China, a ligação com os Estados Unidos ou até mesmo a evolução da política de segurança. Ou até a Política Agrícola Comum, que antes era omnipresente e hoje parece quase não existir.

QOSHE - Nós e a Europa - Nuno Marques
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Nós e a Europa

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24.04.2024

Acabamos de conhecer as listas de candidatos para o Parlamento Europeu e, inevitavelmente, a discussão gira em torno do processo de escolha dos nomes e não tanto das questões políticas. A discussão está, neste momento, inteiramente voltada para o plano interno e assim deverá manter-se nas próximas semanas.

É quase inevitável. Vamos continuar a assistir a inúmeros debates sobre a escolha dos cabeças de lista - sobretudo de Marta Temido e Sebastião........

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