Estamos no início de um novo ciclo eleitoral em 2024. Os partidos já iniciaram as pré-campanhas, constituem as suas alianças, mas pouco sabemos sobre o programa para o país.

Será que incluirão o planeamento da mobilidade urbana sustentável nas suas prioridades políticas? Ou vai continuar tudo na mesma, negligenciando-se o tema?

Repito que, se a habitação é o nosso primeiro direito, a mobilidade deve ser encarada como o segundo. Quem não tem mobilidade, não tem liberdade. E, ainda, não deve ser entendida como uma política de Esquerda ou de Direita.

Impõe-se medidas mitigadoras das questões ambientais com o resgate do espaço público para o uso pedonal, através de políticas firmes na estratégia, sem medo nas decisões, responsabilidade na ação e crença nos resultados a curto, médio e longo prazo.

As resistências passivas e ativas, que certos setores económicos e populações apresentam a qualquer tipo de mudança, não pode constituir-se como óbice à ação, até porque se sabe e se comprova que, após as intervenções, a população adere às medidas e utiliza com muito mais frequência o espaço público.

Aliás, são exemplos Pontevedra, Gent, Roma e Antuérpia, em que a determinação política, não obstante as resistências iniciais, reforçaram os votos nas eleições subsequentes, e Pontevedra conserva o poder há mais de 24 anos.

Ou seja, é possível ganhar eleições com a mobilidade.

Que os nossos políticos não tenham medo das medidas disruptivas a fazer. Que sejam cuidadores das nossas aldeias, vilas e cidades com uma visão holística sobre o país e não trabalharem, apenas, para as eleições.

Temos uma bomba-relógio nas nossas mãos.

Não percamos tempo.

QOSHE - Mobilidade suave ganha eleições - Paula Teles
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Mobilidade suave ganha eleições

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09.01.2024

Estamos no início de um novo ciclo eleitoral em 2024. Os partidos já iniciaram as pré-campanhas, constituem as suas alianças, mas pouco sabemos sobre o programa para o país.

Será que incluirão o planeamento da mobilidade urbana sustentável nas suas prioridades políticas? Ou vai continuar tudo na mesma, negligenciando-se o tema?

Repito que, se a habitação é o nosso primeiro direito, a mobilidade deve ser encarada como o........

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