Entramos na reta final da luta política pelas eleições legislativas antecipadas do próximo dia 10 de março.
Depois de uma agitada, intensa e animada pré-campanha, em que os debates entre os candidatos foram um elemento distintivo e particularmente marcante, entramos agora nas voltas a Portugal, no contacto mais direto com os cidadãos eleitores, por todo o país.
No balanço do período que agora terminou, algumas conclusões parecem-me óbvias.
Luís Montenegro foi o melhor dos líderes, foi quem esteve mais assertivo, melhor na forma e na substância, assumindo com boa condição a sua posição de principal candidato a primeiro-ministro com o enquadramento da coligação da Aliança Democrática, que o PSD lidera com a participação do CDS e do PPM.
Pedro Nuno Santos tem feito um relevante esforço para estar de bem com o passado recente do PS e com uma nova dinâmica que tenta impor com o seu estilo diferente do seu antecessor e ainda primeiro-ministro António Costa, com evidente dificuldade de fazer esse exercício de equilibro político.
No grupo das surpresas, aparece André Ventura, sem jeito para debates de frente a frente, sem capacidade para continuar a ser o Chega que capitaliza o descontentamento e que ao mesmo tempo se tenta colocar na esfera do poder de uma maioria do centro-direita.
No que respeita aos outros líderes partidários, partem para a campanha eleitoral numa situação muito diferente. O líder da Iniciativa Liberal, sem conseguir fazer crescer o seu partido, a do Bloco de Esquerda a crescer devagar e de forma segura, o do Livre a manter a auréola de esquerda moderna relevante e útil, os da CDU e do PAN a evidenciarem a sua falta de jeito e a luta contra a redução em curso da sua relevância política.
Os apelos ao voto útil vão intensificar-se, sendo que a eficácia dessas operações é de relevante importância para a conquista de votos que determinem os resultados eleitorais.
A AD, na luta por ficar em primeiro lugar, procura explicar aos eleitores do Chega e da IL que não se podem desperdiçar votos que pela dispersão são ajudas ao PS.
O PS, na luta por ficar em primeiro lugar, procura explicar aos eleitores do BE e da CDU que não se podem desperdiçar votos que pela dispersão são ajudas para a AD.
Nesta fase do processo eleitoral, fica em segundo plano o debate sobre os cenários da noite de 10 de março, concentrando-se todas as energias e atenções no apelo ao voto, sendo que no que respeita à decisão principal, a da liderança do Governo de Portugal, a decisão fica colocada entre a aposta na continuidade da governação socialista, com ou sem geringonça, ou a aposta na mudança que só a Aliança Democrática pode liderar, mesmo que com uma geringonça de centro-direita de desenho difícil de esboçar.
Que a democracia se fortaleça e que seja a governabilidade e a governação de Portugal a motivar os cidadãos a fazer as escolhas nas eleições, e os candidatos a tomar decisões face aos resultados eleitorais.
A política é o instrumento de gestão do interesse público, do Portugal de todos e para todos, dos interesses comuns dos cidadãos, e não o palco da luta partidária por protagonismos e lugares para gente que de per si, na sua maioria, nunca conseguiria ganhar uma votação uninominal para representar os portugueses na Assembleia da República.
Força Portugal.
Reta final eleitoral
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26.02.2024
Entramos na reta final da luta política pelas eleições legislativas antecipadas do próximo dia 10 de março.
Depois de uma agitada, intensa e animada pré-campanha, em que os debates entre os candidatos foram um elemento distintivo e particularmente marcante, entramos agora nas voltas a Portugal, no contacto mais direto com os cidadãos eleitores, por todo o país.
No balanço do período que agora terminou, algumas conclusões parecem-me óbvias.
Luís Montenegro foi o melhor dos líderes, foi quem esteve mais assertivo, melhor na forma e na substância, assumindo com boa condição a sua posição de principal candidato a primeiro-ministro com o enquadramento da coligação da Aliança Democrática, que o PSD lidera com a participação do CDS e do PPM.
Pedro Nuno Santos tem feito um relevante esforço para estar de bem com........
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