À imagem do Movimento Zero, que começou com um ideal pela melhoria das condições de trabalho das polícias (numa comparação que nada tem de absurdo: telhados com heliportos vs. telhados a ruir), mas que foi sendo objeto de infiltrações por parte dos mais variados quadrantes políticos: uns porque era demagogicamente benéfico estar ao lado; outros porque era sub-repticiamente favorável vilipendiá-los (colando-os à extrema-direita); também a atual Plataforma das Forças de Segurança veio a terreiro denunciar a (reconhecida) discriminação decorrente de um suplemento.

Era, pois, preciso atacar este novo movimento espontâneo que - embora não espelhasse o entendimento de todos os polícias ou sindicatos - teve o mérito de obrigar a comunicação social a falar do assunto.

Daí que, perante o silêncio dos responsáveis governamentais, porque desprovidos de respostas justas e consequentes, importasse calar, apelidando-a de arruaceiros ou de gente que não cumpre as regras democráticas, generalizando um ou outro caso pontual.

E tomando uma pequena parte como o todo, conseguiu-se silenciar ou baixar o volume da indignação dos profissionais das forças de segurança.

Aos sindicatos, aqueles mesmos responsáveis cumprem formalmente a regra das audiências obrigatórias, nunca os ouvindo verdadeiramente; sendo estes agora os culpados de tudo o que (eles próprios) fizeram acontecer.

Não é o agente/guarda, que recebe pouco mais que o ordenado mínimo, o antidemocrático. É-o o Governo que discrimina, que não ouve e que desdenha a voz representativa dos polícias: os sindicatos (e que se serve dos movimentos inorgânicos para se “encher” de uma razão que não tem!).

QOSHE - A quem servem os movimentos inorgânicos? - Rui Amaral
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A quem servem os movimentos inorgânicos?

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01.03.2024

À imagem do Movimento Zero, que começou com um ideal pela melhoria das condições de trabalho das polícias (numa comparação que nada tem de absurdo: telhados com heliportos vs. telhados a ruir), mas que foi sendo objeto de infiltrações por parte dos mais variados quadrantes políticos: uns porque era demagogicamente benéfico estar ao lado; outros porque era sub-repticiamente favorável vilipendiá-los (colando-os à........

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