Nos 50 anos do 25 de Abril, mais do que olhar para trás é fundamental olhar para o presente e cuidar do futuro. É assim que estaremos a defender a nossa democracia e, ao mesmo tempo, uma ideia de sociedade justa, livre e próspera. As mudanças estão ao virar de cada esquina e devem ser encaradas como desafios e nunca como ameaças. E há mudanças que continuam a ser pouco faladas e que, a prazo, podem significar a perda de qualidade da nossa democracia.

Uma das mudanças mais preocupantes aconteceu no Partido Socialista. A chegada de Pedro Nuno Santos à liderança do PS trouxe consigo uma aproximação evidente ao Bloco de Esquerda e ao Partido Comunista. Esta colagem à esquerda radical que apoia estados totalitários ou que se revê em práticas de poder pouco éticas tem que ser vista com muitas reservas. Estamos a falar de uma esquerda radical que pretende o fim da NATO e da União Europeia, organizações que têm sido o garante da paz e da prosperidade duradoura na Europa. A esquerda radical que tem uma obsessão cega pelo capital, que tem uma ideia de sociedade que esgotada, que foi varrida na esmagadora maioria dos países em todo o mundo. Por isso, fica difícil perceber a preferência do PS de Pedro Nuno Santos por esta proposta de organização de sociedade. Neste momento, estamos a assistir ao PS mais à esquerda de que há memória. Digo-o com apreensão porque a democracia faz-se de equilíbrios, de contrapontos e não de posições limite. E não tenhamos dúvidas - não falta quem esteja à espreita para preencher vazios no eleitorado. O Chega é disso um bom exemplo.

Outra mudança preocupante é a ascensão da direita populista. Com ela vem um discurso demagógico, cujo objetivo passa apenas por criar a confusão e dizer o que as pessoas mais querem ouvir. A direita populista alimenta-se do caos, sem que tenha qualquer preocupação de transformar para melhor a vida dos portugueses.

Neste contexto, o PPD/PSD, tal como o CDS e a Iniciativa Liberal, afigura-se como um partido moderado em Portugal e aquele que pode e deve assumir-se como o fiel da balança. A democracia agradece, os portugueses também.

Para tal, o PPD/PSD tem que fazer o seu caminho no sentido de seduzir e devolver a confiança aos portugueses. Esse objetivo será alcançado se o partido apostar numa política de verdade centrada, única e exclusivamente, no bem comum.

Portugal necessita de menos políticos de gabinete e mais políticos de terreno, mais próximos das pessoas e do País real. É fundamental voltar a centrar o discurso nas pessoas e nas famílias. Para isso, precisamos que os protagonistas políticos sejam capazes de ser menos egocêntricos. No fundo, que tenham a arte e o engenho para olharem para a floresta, em vez de olharem apenas para a árvore.

Portugal necessita de uma política menos radicalizada, de uma sociedade com menos rótulos, de uma sociedade com menos gavetas. É fundamental abandonar a ideia de que a democracia é um dado adquirido. Todos nós temos a obrigação de cuidar bem da nossa democracia. Viva o 25 de abril, viva a liberdade!