Ganham todos se a abstenção perder no domingo

Iniciativas de educação cívica, debates políticos inclusivos e transparentes, e uma comunicação mais eficaz por parte dos partidos são essenciais para voltar a incentivar e aproximar os cidadãos da política.

Nas últimas décadas, um dos maiores desafios enfrentados pela democracia portuguesa tem sido o crescente fenómeno da abstenção. O ato de não votar, uma escolha de muitos, tornou-se uma questão central nas discussões políticas, especialmente à luz de cada eleição e, nestes dias, em virtude das próximas eleições legislativas de 10 de Março. A importância fundamental de evitar que a abstenção supere o número de votantes nestas eleições não pode ser subestimada, pois está em jogo a representatividade e a legitimidade do nosso sistema democrático.

A tendência de subida da abstenção tem sido notória nas recentes eleições em Portugal. Este fenómeno, muitas vezes interpretado como um sinal de desilusão ou desinteresse da população pela política, ameaça a essência da democracia.

Quando mais pessoas escolhem não participar do que as que decidem votar, questiona-se a verdadeira representatividade dos eleitos. A democracia, no seu núcleo, depende da participação activa dos seus cidadãos. É através do voto que expressamos as nossas preferências, escolhemos os nossos representantes e direcionamos o futuro do país.

Para vermos que não é mito, analisemos o crescimento da abstenção:

Percentagens de Abstenção em Eleições Legislativas desde 1975

• 1975: 8,5%

• 1976: 16,7%

• 1979: 12,9%

• 1980: 15,2%

• 1983: 22,2%

• 1985: 25,7%

• 1987: 28,5%

• 1991: 32,6%

• 1995: 33,8%

• 1999: 39,0%

• 2002: 38,4%

• 2005: 35,6%

• 2009: 40,3%

• 2011: 41,9%

• 2015: 44,1%

• 2019: 51,4%

• 2022: 48,6%

Contrariar esta tendência de aumento da abstenção não é apenas uma questão de incentivar o voto. É, mais profundamente, um desafio de recuperar a vontade dos cidadãos na vida política. É a necessidade de demonstrar que cada voto tem poder e que a participação activa é o alicerce de qualquer sociedade que se pretenda justa, equitativa e verdadeiramente democrática.

Iniciativas de educação cívica, debates políticos inclusivos e transparentes, e uma comunicação mais eficaz por parte dos partidos são essenciais para voltar a incentivar e aproximar os cidadãos da política.

A história da democracia em Portugal é rica e repleta de conquistas. Desde as primeiras eleições livres após a Revolução dos Cravos, a possibilidade de votar tem sido um direito precioso e um símbolo de liberdade. Este direito, fruto de lutas e sacrifícios passados, não deve ser menosprezado. A participação eleitoral não só honra esse legado, mas também define o rumo futuro do país.

Assumo que a generalidade da sociedade facilmente dirá que q política é uma das coisas mais difíceis de se gostar. Porém, eu acho que a política é daquelas coisas maravilhosas capazes de nos fazer sentir em baixo num momento e, num momento seguinte, sentimos tudo como se fosse uma alegre manhã de Natal. A política tem a capacidade de transformar por completo homens normais em heróis e vilões.

Enganamo-nos todos quando ouvimos e aceitamos que digam que as pessoas não gostam de eleições e de política.

Erramos ao aceitar que as pessoas inclusive digam, sem pensar, que odeiam política.

Há 50 anos que gostamos de ter a possibilidade de escolher, de votar e de sentir que fazemos realmente parte do presente e futuro do nosso país.

Os meus bisavós já votaram em eleições democráticas livres. Todos os meus avós votaram também e tenho um avô que ainda vota. Os meus pais nunca falharam uma eleição, votaram sempre. O meu irmão e eu vibramos quando há eleições, comentamos debates e andamos sempre atentos ao que vai evoluindo nas campanhas desde que me lembro. Espero ser pai e ver os meus filhos irem votar. E, com sorte, que os filhos deles me levem a votar um dia.

Este elo entre gerações, a transmissão do valor da participação política, é essencial para reverter a tendência da abstenção. A democracia vive e renova-se com o envolvimento de cada um de nós.

As eleições de 10 de Março representam mais uma oportunidade para demonstrar que valorizamos esse direito, que entendemos a sua importância e que estamos dispostos a participar activamente na construção do nosso futuro colectivo.

Portanto, enquanto nos aproximamos desta data crucial, é imperativo lembrar que cada voto conta.

A abstenção não deve ganhar as eleições. A verdadeira vitória está na expressão colectiva da vontade do povo. Participar é mais do que um direito, é um acto de responsabilidade cívica que fortalece as fundações da nossa democracia.

Uma das soluções mais eficazes para combater a abstenção passa necessariamente pela educação cívica. A falta de conhecimento sobre o funcionamento do sistema político e a perceção de que o voto individual não tem impacto são fatores que contribuem significativamente para o desinteresse eleitoral. Neste sentido, é vital implementar programas de educação cívica, desde os anos de formação escolar, que não só esclareçam sobre o processo eleitoral, mas também incutam nos jovens a importância da sua participação ativa na democracia.

Numa altura de campanha eleitoral, teria sido melhor se isto tivesse sido aposta clara de todos os muitos partidos candidatos.

Além disso, a conscientização sobre questões políticas e sociais pode ser ampliada através de campanhas de informação que utilizem as novas tecnologias de comunicação para alcançar um público mais vasto e diversificado. Estas campanhas podem desempenhar um papel crucial na demistificação de conceitos políticos e na promoção de uma maior interação entre eleitores e representantes, criando um espaço para diálogo e compreensão mútua.

Ao fortalecer a educação cívica e promover uma maior conscientização política, podemos esperar não só uma redução na taxa de abstenção, mas também um eleitorado mais informado, crítico e participativo. Este cenário, sem dúvida, contribuirá para uma democracia mais robusta e representativa, onde as decisões refletem verdadeiramente a vontade e as necessidades do povo.

Portanto, enquanto nos aproximamos das eleições legislativas de 10 de Março, é crucial lembrar que a luta contra a abstenção é uma responsabilidade coletiva. Investir na educação cívica e na conscientização política é investir no futuro da nossa democracia. Cada voto conta e cada um de nós tem o poder de fazer a diferença. Afinal, participar é mais do que um direito; é a base da nossa convivência democrática e o alicerce para um futuro mais promissor e participativo para todos.

Não sei que vencerá as eleições e quem será o próximo primeiro-ministro de Portugal. Assumo que tenho a minha vontade e até já votei, em voto antecipado, pelo que estou mais que convicto do meu voto.

Mas sei uma coisa, mesmo que não vença quem eu espero, ficarei na mesma um pouco feliz se a abstenção perder e começar a decrescer acentuadamente.

---

Carlos Gouveia Martins

Nas últimas décadas, um dos maiores desafios enfrentados pela democracia portuguesa tem sido o crescente fenómeno da abstenção. O ato de não votar, uma escolha de muitos, tornou-se uma questão central nas discussões políticas, especialmente à luz de cada eleição e, nestes dias, em virtude das próximas eleições legislativas de 10 de Março. A importância fundamental de evitar que a abstenção supere o número de votantes nestas eleições não pode ser subestimada, pois está em jogo a representatividade e a legitimidade do nosso sistema democrático.

A tendência de subida da abstenção tem sido notória nas recentes eleições em Portugal. Este fenómeno, muitas vezes interpretado como um sinal de desilusão ou desinteresse da população pela política, ameaça a essência da democracia.

Quando mais pessoas escolhem não participar do que as que decidem votar, questiona-se a verdadeira representatividade dos eleitos. A democracia, no seu núcleo, depende da participação activa dos seus cidadãos. É através do voto que expressamos as nossas preferências, escolhemos os nossos representantes e direcionamos o futuro do país.

Para vermos que não é mito, analisemos o crescimento da abstenção:

Percentagens de Abstenção em Eleições Legislativas desde 1975

• 1975: 8,5%

• 1976: 16,7%

• 1979: 12,9%

• 1980: 15,2%

• 1983: 22,2%

• 1985: 25,7%

• 1987: 28,5%

• 1991: 32,6%

• 1995: 33,8%

• 1999: 39,0%

• 2002: 38,4%

• 2005: 35,6%

• 2009: 40,3%

• 2011: 41,9%

• 2015: 44,1%

• 2019: 51,4%

• 2022: 48,6%

Contrariar esta tendência de aumento da abstenção não é apenas uma questão de incentivar o voto. É, mais profundamente, um desafio de recuperar a vontade dos cidadãos na vida política. É a necessidade de demonstrar que cada voto tem poder e que a participação activa é o alicerce de qualquer sociedade que se pretenda justa, equitativa e verdadeiramente democrática.

Iniciativas de educação cívica, debates políticos inclusivos e transparentes, e uma comunicação mais eficaz por parte dos partidos são essenciais para voltar a incentivar e aproximar os cidadãos da política.

A história da democracia em Portugal é rica e repleta de conquistas. Desde as primeiras eleições livres após a Revolução dos Cravos, a possibilidade de votar tem sido um direito precioso e um símbolo de liberdade. Este direito, fruto de lutas e sacrifícios passados, não deve ser menosprezado. A participação eleitoral não só honra esse legado, mas também define o rumo futuro do país.

Assumo que a generalidade da sociedade facilmente dirá que q política é uma das coisas mais difíceis de se gostar. Porém, eu acho que a política é daquelas coisas maravilhosas capazes de nos fazer sentir em baixo num momento e, num momento seguinte, sentimos tudo como se fosse uma alegre manhã de Natal. A política tem a capacidade de transformar por completo homens normais em heróis e vilões.

Enganamo-nos todos quando ouvimos e aceitamos que digam que as pessoas não gostam de eleições e de política.

Erramos ao aceitar que as pessoas inclusive digam, sem pensar, que odeiam política.

Há 50 anos que gostamos de ter a possibilidade de escolher, de votar e de sentir que fazemos realmente parte do presente e futuro do nosso país.

Os meus bisavós já votaram em eleições democráticas livres. Todos os meus avós votaram também e tenho um avô que ainda vota. Os meus pais nunca falharam uma eleição, votaram sempre. O meu irmão e eu vibramos quando há eleições, comentamos debates e andamos sempre atentos ao que vai evoluindo nas campanhas desde que me lembro. Espero ser pai e ver os meus filhos irem votar. E, com sorte, que os filhos deles me levem a votar um dia.

Este elo entre gerações, a transmissão do valor da participação política, é essencial para reverter a tendência da abstenção. A democracia vive e renova-se com o envolvimento de cada um de nós.

As eleições de 10 de Março representam mais uma oportunidade para demonstrar que valorizamos esse direito, que entendemos a sua importância e que estamos dispostos a participar activamente na construção do nosso futuro colectivo.

Portanto, enquanto nos aproximamos desta data crucial, é imperativo lembrar que cada voto conta.

A abstenção não deve ganhar as eleições. A verdadeira vitória está na expressão colectiva da vontade do povo. Participar é mais do que um direito, é um acto de responsabilidade cívica que fortalece as fundações da nossa democracia.

Uma das soluções mais eficazes para combater a abstenção passa necessariamente pela educação cívica. A falta de conhecimento sobre o funcionamento do sistema político e a perceção de que o voto individual não tem impacto são fatores que contribuem significativamente para o desinteresse eleitoral. Neste sentido, é vital implementar programas de educação cívica, desde os anos de formação escolar, que não só esclareçam sobre o processo eleitoral, mas também incutam nos jovens a importância da sua participação ativa na democracia.

Numa altura de campanha eleitoral, teria sido melhor se isto tivesse sido aposta clara de todos os muitos partidos candidatos.

Além disso, a conscientização sobre questões políticas e sociais pode ser ampliada através de campanhas de informação que utilizem as novas tecnologias de comunicação para alcançar um público mais vasto e diversificado. Estas campanhas podem desempenhar um papel crucial na demistificação de conceitos políticos e na promoção de uma maior interação entre eleitores e representantes, criando um espaço para diálogo e compreensão mútua.

Ao fortalecer a educação cívica e promover uma maior conscientização política, podemos esperar não só uma redução na taxa de abstenção, mas também um eleitorado mais informado, crítico e participativo. Este cenário, sem dúvida, contribuirá para uma democracia mais robusta e representativa, onde as decisões refletem verdadeiramente a vontade e as necessidades do povo.

Portanto, enquanto nos aproximamos das eleições legislativas de 10 de Março, é crucial lembrar que a luta contra a abstenção é uma responsabilidade coletiva. Investir na educação cívica e na conscientização política é investir no futuro da nossa democracia. Cada voto conta e cada um de nós tem o poder de fazer a diferença. Afinal, participar é mais do que um direito; é a base da nossa convivência democrática e o alicerce para um futuro mais promissor e participativo para todos.

Não sei que vencerá as eleições e quem será o próximo primeiro-ministro de Portugal. Assumo que tenho a minha vontade e até já votei, em voto antecipado, pelo que estou mais que convicto do meu voto.

Mas sei uma coisa, mesmo que não vença quem eu espero, ficarei na mesma um pouco feliz se a abstenção perder e começar a decrescer acentuadamente.

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Carlos Gouveia Martins

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07.03.2024

Ganham todos se a abstenção perder no domingo

Iniciativas de educação cívica, debates políticos inclusivos e transparentes, e uma comunicação mais eficaz por parte dos partidos são essenciais para voltar a incentivar e aproximar os cidadãos da política.

Nas últimas décadas, um dos maiores desafios enfrentados pela democracia portuguesa tem sido o crescente fenómeno da abstenção. O ato de não votar, uma escolha de muitos, tornou-se uma questão central nas discussões políticas, especialmente à luz de cada eleição e, nestes dias, em virtude das próximas eleições legislativas de 10 de Março. A importância fundamental de evitar que a abstenção supere o número de votantes nestas eleições não pode ser subestimada, pois está em jogo a representatividade e a legitimidade do nosso sistema democrático.

A tendência de subida da abstenção tem sido notória nas recentes eleições em Portugal. Este fenómeno, muitas vezes interpretado como um sinal de desilusão ou desinteresse da população pela política, ameaça a essência da democracia.

Quando mais pessoas escolhem não participar do que as que decidem votar, questiona-se a verdadeira representatividade dos eleitos. A democracia, no seu núcleo, depende da participação activa dos seus cidadãos. É através do voto que expressamos as nossas preferências, escolhemos os nossos representantes e direcionamos o futuro do país.

Para vermos que não é mito, analisemos o crescimento da abstenção:

Percentagens de Abstenção em Eleições Legislativas desde 1975

• 1975: 8,5%

• 1976: 16,7%

• 1979: 12,9%

• 1980: 15,2%

• 1983: 22,2%

• 1985: 25,7%

• 1987: 28,5%

• 1991: 32,6%

• 1995: 33,8%

• 1999: 39,0%

• 2002: 38,4%

• 2005: 35,6%

• 2009: 40,3%

• 2011: 41,9%

• 2015: 44,1%

• 2019: 51,4%

• 2022: 48,6%

Contrariar esta tendência de aumento da abstenção não é apenas uma questão de incentivar o voto. É, mais profundamente, um desafio de recuperar a vontade dos cidadãos na vida política. É a necessidade de demonstrar que cada voto tem poder e que a participação activa é o alicerce de qualquer sociedade que se pretenda justa, equitativa e verdadeiramente democrática.

Iniciativas de educação cívica, debates políticos inclusivos e transparentes, e uma comunicação mais eficaz por parte dos partidos são essenciais para voltar a incentivar e aproximar os cidadãos da política.

A história da democracia em Portugal é rica e repleta de conquistas. Desde as primeiras eleições livres após a Revolução dos Cravos, a possibilidade de votar tem sido um direito precioso e um símbolo de liberdade. Este direito, fruto de lutas e sacrifícios passados, não deve ser menosprezado. A participação eleitoral não só honra esse legado, mas também define o rumo futuro do país.

Assumo que a generalidade da sociedade facilmente dirá que q política é uma das coisas mais difíceis de se gostar. Porém, eu acho que a política é daquelas coisas maravilhosas capazes de nos fazer sentir em baixo num momento e, num momento seguinte, sentimos tudo como se fosse uma alegre manhã de Natal. A política tem a capacidade de transformar por completo homens normais em heróis e vilões.

Enganamo-nos todos quando ouvimos e aceitamos que digam que as pessoas não gostam de eleições e de política.

Erramos ao aceitar que as pessoas inclusive digam, sem pensar, que odeiam política.

Há 50 anos que gostamos de ter a possibilidade de escolher, de votar e de sentir que fazemos realmente parte do presente e futuro do nosso país.

Os meus bisavós já votaram em eleições democráticas livres. Todos os meus avós votaram também e tenho um avô que ainda vota. Os meus pais nunca falharam uma eleição, votaram sempre. O meu irmão e eu vibramos quando há eleições, comentamos debates e andamos sempre atentos ao que vai evoluindo nas campanhas desde que me lembro. Espero ser pai e ver os meus filhos irem votar. E, com sorte, que os filhos deles me levem a votar um dia.

Este elo entre gerações, a transmissão do valor da participação política, é essencial para reverter a tendência da abstenção. A........

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