Turismo: Como uma Pandemia redesenhou as Férias

Assim como a pandemia nos trouxe o desafio de aprender a fazer pão em casa – sim, aquele instagramável ‘Pãodemia’ –, também transformou radicalmente o cenário global de turismo. Agora, à medida que nos aproximamos do verão, notamos não só o aumento da temperatura, das horas de exposição solar nos nossos dias, mas também o crescente fluxo de banhistas nas praias, especialmente no Algarve, onde testemunhei com os meus próprios olhos uma verdadeira invasão de toalhas e chapéus de sol nestes últimos dias.

Vivemos uma espécie de Renascimento Pós-Pandêmico dos Destinos Turísticos. Os destinos turísticos estão a viver um forte crescimento de interesse, não muito diferente do que ocorreu após a Peste Negra na Europa, quando as cidades começaram a prosperar novamente sob novos auspícios. Hoje, os viajantes estão munidos de novas expectativas, com a segurança sanitária no topo da lista, rivalizando até com o clima e com todas as atrações locais em termos de importância.

Temos vários casos de exemplos Internacionais que surgiram ou cresceram em virtude da Adaptação Turística a estes novos tempos. Diversos países já estão a ajustar as suas ofertas para atrair o novo tipo de turista. Nos Barbados, os "vistos de boas-vindas" permitem que visitantes trabalhem remotamente na ilha durante um período de até um ano, aproveitando o clima tropical enquanto mantêm suas responsabilidades profissionais. No Japão, os turistas podem mergulhar na cultura local participando em vários workshops integrados de artesanato asiático, enquanto a Costa Rica continua a expandir seu turismo ecológico, atraindo viajantes que valorizam a sustentabilidade ambiental.

E por Portugal, como podes de forma simples capitalizar a vinda de novos turistas pós-pandémicos?

Portugal, com a sua mistura única de tradições ricas, paisagens fortes, muito sol e uma forte aposta na sustentabilidade, está perfeitamente posicionado para tirar partido destas novas tendências no turismo. A chave poderá ser promover o país não apenas como um destino para visitar, mas como um local para ficar e viver vastas experiências profundas e significativas:

Turismo de Bem-Estar e Saúde: Portugal pode expandir a sua oferta de espaços de saúde e bem-estar, aproveitando o nosso clima ameno e as paisagens tranquilas que são ideais para a recuperação e o relaxamento. Destinos como o Algarve e a Madeira, já conhecidos internacionalmente pela beleza natural que têm, podem ser promovidos como centros para aposta na saúde mental. Não falo só de meditação, yoga que seja e quaisquer tratamentos de spa que utilizem produtos locais e técnicas tradicionais. Falo mesmo de enquadrar tudo isto que pode captar ainda mais qualidade em virtude das nossas praias, do nosso mar, da nossa gastronomia, da nossa hospitalidade. O Turismo de Bem-Estar e Saúde precisa de muito investimento privado para conferir boas clínicas, bons profissionais de saúde, bons acessos, mas… precisa de algo que não se constrói: De “sorte” geográfica e de natureza. E no nosso país temos essa sorte, com sol, campo e praia, toda.
Escritórios Remotos e Co-working: Com o aumento do trabalho remoto, Portugal pode criar mais infraestruturas que suportem nómadas digitais. Mas uma aposta consistente. Com apoio dos Municípios aos Imigrantes temporários que recebemos. Com aceitação cultural e aproveitamento da imigração deste talento para projetos nacionais. Com ligação estratégica de mobilidade, habitação e conhecimento cultural integrado nestas pessoas que deveríamos monitorizar para as apoiar no dia-a-dia. Quem sabe, de nómadas digitais passam a portugueses para a vida por residência? Mas para já, isto incluiria o desenvolvimento de espaços de co-working com vistas inspiradoras, alojamentos de longa duração com boas conexões de internet, e programas que facilitam a integração e a interação com as comunidades locais. É difícil? Só para quem não quer fazer nada.
Turismo de Experiência Autêntica: Em vez de focar apenas em workshops e festivais, Portugal pode apostar no turismo de experiência que envolva os visitantes de forma mais autêntica e pessoal. Por exemplo, oferecer programas onde os turistas podem participar na colheita de uvas nas vinhas do Douro, acompanhar pescadores em suas jornadas no Algarve, ou mesmo envolver-se na produção de queijo nas regiões rurais.
Sustentabilidade e Ecoturismo: Portugal pode liderar em turismo ecológico, promovendo o uso de energias renováveis, a conservação da biodiversidade, e o turismo em áreas naturais de forma responsável. Estes exemplos de iniciativas podem incluir a certificação de hotéis e operadores turísticos que adotem práticas sustentáveis e o desenvolvimento de trilhas ecológicas que educam os turistas sobre a flora e fauna locais.

São apenas alguns exemplos de um Turismo que mudou. Já não seremos só Sol e Praia. Não podemos ser. Temos de ser mais que as Praias do Algarve, os passeios de barco no Douro, os fins-de-semana cosmopolitas de Lisboa, o verde bonito dos Açores ou a passagem de ano da Madeira.

Vivemos mesmo uma Nova Era de Descobertas Turísticas.

O turismo está, sem dúvida, num ponto de inflexão. Enquanto nos preparamos para mais uma temporada de verão, as mudanças implementadas agora poderão determinar o futuro do setor. Portugal, com o meu e nosso Algarve como capital do Verão e todo um país com a promessa de uma experiência renovada, parecem ser um dos caminhos certo para nos reafirmarmos como um exemplo brilhante de adaptação e inovação turística no mundo pós-pandémico. No mundo contemporâneo e no passado, sempre fomos referência no Turismo. Com as suas vantagens e a desvantagem maior de sermos muito associados à dependência maioritária do mesmo Turismo.

Quem sabe, talvez esta seja a oportunidade perfeita para redesenhar não apenas como viajamos, mas por que viajamos. No nosso caso, que seja um bom desenho para trazer muitos a Portugal.

Assim como a pandemia nos trouxe o desafio de aprender a fazer pão em casa – sim, aquele instagramável ‘Pãodemia’ –, também transformou radicalmente o cenário global de turismo. Agora, à medida que nos aproximamos do verão, notamos não só o aumento da temperatura, das horas de exposição solar nos nossos dias, mas também o crescente fluxo de banhistas nas praias, especialmente no Algarve, onde testemunhei com os meus próprios olhos uma verdadeira invasão de toalhas e chapéus de sol nestes últimos dias.

Vivemos uma espécie de Renascimento Pós-Pandêmico dos Destinos Turísticos. Os destinos turísticos estão a viver um forte crescimento de interesse, não muito diferente do que ocorreu após a Peste Negra na Europa, quando as cidades começaram a prosperar novamente sob novos auspícios. Hoje, os viajantes estão munidos de novas expectativas, com a segurança sanitária no topo da lista, rivalizando até com o clima e com todas as atrações locais em termos de importância.

Temos vários casos de exemplos Internacionais que surgiram ou cresceram em virtude da Adaptação Turística a estes novos tempos. Diversos países já estão a ajustar as suas ofertas para atrair o novo tipo de turista. Nos Barbados, os "vistos de boas-vindas" permitem que visitantes trabalhem remotamente na ilha durante um período de até um ano, aproveitando o clima tropical enquanto mantêm suas responsabilidades profissionais. No Japão, os turistas podem mergulhar na cultura local participando em vários workshops integrados de artesanato asiático, enquanto a Costa Rica continua a expandir seu turismo ecológico, atraindo viajantes que valorizam a sustentabilidade ambiental.

E por Portugal, como podes de forma simples capitalizar a vinda de novos turistas pós-pandémicos?

Portugal, com a sua mistura única de tradições ricas, paisagens fortes, muito sol e uma forte aposta na sustentabilidade, está perfeitamente posicionado para tirar partido destas novas tendências no turismo. A chave poderá ser promover o país não apenas como um destino para visitar, mas como um local para ficar e viver vastas experiências profundas e significativas:

Turismo de Bem-Estar e Saúde: Portugal pode expandir a sua oferta de espaços de saúde e bem-estar, aproveitando o nosso clima ameno e as paisagens tranquilas que são ideais para a recuperação e o relaxamento. Destinos como o Algarve e a Madeira, já conhecidos internacionalmente pela beleza natural que têm, podem ser promovidos como centros para aposta na saúde mental. Não falo só de meditação, yoga que seja e quaisquer tratamentos de spa que utilizem produtos locais e técnicas tradicionais. Falo mesmo de enquadrar tudo isto que pode captar ainda mais qualidade em virtude das nossas praias, do nosso mar, da nossa gastronomia, da nossa hospitalidade. O Turismo de Bem-Estar e Saúde precisa de muito investimento privado para conferir boas clínicas, bons profissionais de saúde, bons acessos, mas… precisa de algo que não se constrói: De “sorte” geográfica e de natureza. E no nosso país temos essa sorte, com sol, campo e praia, toda.
Escritórios Remotos e Co-working: Com o aumento do trabalho remoto, Portugal pode criar mais infraestruturas que suportem nómadas digitais. Mas uma aposta consistente. Com apoio dos Municípios aos Imigrantes temporários que recebemos. Com aceitação cultural e aproveitamento da imigração deste talento para projetos nacionais. Com ligação estratégica de mobilidade, habitação e conhecimento cultural integrado nestas pessoas que deveríamos monitorizar para as apoiar no dia-a-dia. Quem sabe, de nómadas digitais passam a portugueses para a vida por residência? Mas para já, isto incluiria o desenvolvimento de espaços de co-working com vistas inspiradoras, alojamentos de longa duração com boas conexões de internet, e programas que facilitam a integração e a interação com as comunidades locais. É difícil? Só para quem não quer fazer nada.
Turismo de Experiência Autêntica: Em vez de focar apenas em workshops e festivais, Portugal pode apostar no turismo de experiência que envolva os visitantes de forma mais autêntica e pessoal. Por exemplo, oferecer programas onde os turistas podem participar na colheita de uvas nas vinhas do Douro, acompanhar pescadores em suas jornadas no Algarve, ou mesmo envolver-se na produção de queijo nas regiões rurais.
Sustentabilidade e Ecoturismo: Portugal pode liderar em turismo ecológico, promovendo o uso de energias renováveis, a conservação da biodiversidade, e o turismo em áreas naturais de forma responsável. Estes exemplos de iniciativas podem incluir a certificação de hotéis e operadores turísticos que adotem práticas sustentáveis e o desenvolvimento de trilhas ecológicas que educam os turistas sobre a flora e fauna locais.

São apenas alguns exemplos de um Turismo que mudou. Já não seremos só Sol e Praia. Não podemos ser. Temos de ser mais que as Praias do Algarve, os passeios de barco no Douro, os fins-de-semana cosmopolitas de Lisboa, o verde bonito dos Açores ou a passagem de ano da Madeira.

Vivemos mesmo uma Nova Era de Descobertas Turísticas.

O turismo está, sem dúvida, num ponto de inflexão. Enquanto nos preparamos para mais uma temporada de verão, as mudanças implementadas agora poderão determinar o futuro do setor. Portugal, com o meu e nosso Algarve como capital do Verão e todo um país com a promessa de uma experiência renovada, parecem ser um dos caminhos certo para nos reafirmarmos como um exemplo brilhante de adaptação e inovação turística no mundo pós-pandémico. No mundo contemporâneo e no passado, sempre fomos referência no Turismo. Com as suas vantagens e a desvantagem maior de sermos muito associados à dependência maioritária do mesmo Turismo.

Quem sabe, talvez esta seja a oportunidade perfeita para redesenhar não apenas como viajamos, mas por que viajamos. No nosso caso, que seja um bom desenho para trazer muitos a Portugal.

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18.04.2024

Turismo: Como uma Pandemia redesenhou as Férias

Assim como a pandemia nos trouxe o desafio de aprender a fazer pão em casa – sim, aquele instagramável ‘Pãodemia’ –, também transformou radicalmente o cenário global de turismo. Agora, à medida que nos aproximamos do verão, notamos não só o aumento da temperatura, das horas de exposição solar nos nossos dias, mas também o crescente fluxo de banhistas nas praias, especialmente no Algarve, onde testemunhei com os meus próprios olhos uma verdadeira invasão de toalhas e chapéus de sol nestes últimos dias.

Vivemos uma espécie de Renascimento Pós-Pandêmico dos Destinos Turísticos. Os destinos turísticos estão a viver um forte crescimento de interesse, não muito diferente do que ocorreu após a Peste Negra na Europa, quando as cidades começaram a prosperar novamente sob novos auspícios. Hoje, os viajantes estão munidos de novas expectativas, com a segurança sanitária no topo da lista, rivalizando até com o clima e com todas as atrações locais em termos de importância.

Temos vários casos de exemplos Internacionais que surgiram ou cresceram em virtude da Adaptação Turística a estes novos tempos. Diversos países já estão a ajustar as suas ofertas para atrair o novo tipo de turista. Nos Barbados, os "vistos de boas-vindas" permitem que visitantes trabalhem remotamente na ilha durante um período de até um ano, aproveitando o clima tropical enquanto mantêm suas responsabilidades profissionais. No Japão, os turistas podem mergulhar na cultura local participando em vários workshops integrados de artesanato asiático, enquanto a Costa Rica continua a expandir seu turismo ecológico, atraindo viajantes que valorizam a sustentabilidade ambiental.

E por Portugal, como podes de forma simples capitalizar a vinda de novos turistas pós-pandémicos?

Portugal, com a sua mistura única de tradições ricas, paisagens fortes, muito sol e uma forte aposta na sustentabilidade, está perfeitamente posicionado para tirar partido destas novas tendências no turismo. A chave poderá ser promover o país não apenas como um destino para visitar, mas como um local para ficar e viver vastas experiências profundas e significativas:

Turismo de Bem-Estar e Saúde: Portugal pode expandir a sua oferta de espaços de saúde e bem-estar, aproveitando o nosso clima ameno e as paisagens tranquilas que são ideais para a recuperação e o relaxamento. Destinos como o Algarve e a Madeira, já conhecidos internacionalmente pela beleza natural que têm, podem ser promovidos como centros para aposta na saúde mental. Não falo só de meditação, yoga que seja e quaisquer tratamentos de spa que utilizem produtos locais e técnicas tradicionais. Falo mesmo de enquadrar tudo isto que pode captar ainda mais qualidade em virtude das nossas praias, do nosso mar, da nossa gastronomia, da nossa hospitalidade. O Turismo de Bem-Estar e Saúde precisa de muito investimento privado para conferir boas clínicas, bons profissionais de saúde, bons acessos, mas… precisa de algo que não se constrói: De “sorte” geográfica e de natureza. E no nosso país temos essa sorte, com sol, campo e praia, toda.
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