As tascas de Lisboa - primeira parte

O prometido é devido. As tascas portuguesas fazem parte do nosso património, da nossa história gastronómica e da arte de bem comer. É isso que podemos constatar quando nos sentamos em muitas delas, em salas cheias de vida, onde se sente o prazer pelos sabores da terra e o preço não engana. As conversas com quem nos serve, a descrição dos pratos sem adereços e a qualidade dos produtos.

Na Graça, encontrei um desses restaurantes que de porta tão pequena quase não se dá por ele. Lá dentro 4 ou 5 mesas fazem deste um espaço de difícil acesso mas sobretudo a fama que vai passando de boca em boca. É o Cardoso do Estrela D’Ouro, em honra do Sr. Fernando que já faleceu mas que continua bem vivo, agora com o filho Nuno ao leme e a sua mãe na cozinha. Para início de conversa umas azeitonas e um bom queijo da serra vêm para a mesa a par de uns pasteis de bacalhau sem vislumbre de óleos que os deixassem empapados. O cabrito assado aos sábados tem que ser reservado com antecedência e é (quase) tão bom como o da minha mãe com a particularidade de ser acompanhado com batatinhas aos cubos e arroz de miúdos. Também provei o bacalhau à minhota e o bitoque e lá fiquei de regressar para a feijoada e o bacalhau cozido com grão (às segundas). Tudo com aquele sabor a casa. De sobremesa um leite creme queimado ao momento enquanto olhava para um galhardete da final da Taça dos Campeões Europeus entre o Benfica e o PSV, pendurado na parede de azulejos como manda a tradição.

No meu bairro de Campo de Ourique e por sugestão de um amigo que se metia comigo por nunca ter ido à Imperial (penitencio-me por isso), mais uma descoberta imperdível. Também conhecida pela Tasca do João ou não fosse esse o nome do proprietário e uma figura emblemática que nos recebe à entrada em velocidade cruzeiro. Dobrada, bacalhau cozido com grão e um rancho que talvez seja dos meus pratos preferidos e por isso raramente me atreva a comer fora de casa. O azeite que vem para a mesa só confirma que por ali tudo é escolhido a dedo como o Sr. João faz questão de referir, trouxe-me inclusive um pouco para eu molhar o pão e trouxe ainda uma garrafa de vinho da terra que nos encheu as medidas. “Aqui não entram enlatados e tudo o que está na cozinha é de qualidade!”. Terminámos com uma deliciosa sobremesa, uma espécie de doce da casa com natas, bolacha maria, doce de ovo e amêndoa laminada por cima. Ainda no mesmo bairro o Bitoque, onde habitualmente me sento ao balcão para almoçar. Tem 8!! pratos do dia que vão rodando e todos muito bons. Da feijoada ao bacalhau passando pelo cozido e sem esquecer o bitoque que se mantém sempre na carta.

O melhor bitoque que encontrei até agora foi no entanto no Jorge D’Amália. Restaurante pequeno na Ajuda, onde o bife vem servido numa travessa de inox, muito bem temperado e com aquele molho tão característico, acompanhado com batata frita caseira. Nas paredes percebe-se que se trata de um ferrenho adepto do Belenenses. Continuando na mesma zona a Tasca do Gordo em Belém. Um pires de dobrada de entrada a que se seguiu uma mão de vaca de excelência. As paredes forradas a Benfica ainda me fizeram sentir mais satisfeito mas nem seria preciso porque a comida foi dos Deuses! Tenho mais umas quantas na lista mas deixo para a próxima.

O prometido é devido. As tascas portuguesas fazem parte do nosso património, da nossa história gastronómica e da arte de bem comer. É isso que podemos constatar quando nos sentamos em muitas delas, em salas cheias de vida, onde se sente o prazer pelos sabores da terra e o preço não engana. As conversas com quem nos serve, a descrição dos pratos sem adereços e a qualidade dos produtos.

Na Graça, encontrei um desses restaurantes que de porta tão pequena quase não se dá por ele. Lá dentro 4 ou 5 mesas fazem deste um espaço de difícil acesso mas sobretudo a fama que vai passando de boca em boca. É o Cardoso do Estrela D’Ouro, em honra do Sr. Fernando que já faleceu mas que continua bem vivo, agora com o filho Nuno ao leme e a sua mãe na cozinha. Para início de conversa umas azeitonas e um bom queijo da serra vêm para a mesa a par de uns pasteis de bacalhau sem vislumbre de óleos que os deixassem empapados. O cabrito assado aos sábados tem que ser reservado com antecedência e é (quase) tão bom como o da minha mãe com a particularidade de ser acompanhado com batatinhas aos cubos e arroz de miúdos. Também provei o bacalhau à minhota e o bitoque e lá fiquei de regressar para a feijoada e o bacalhau cozido com grão (às segundas). Tudo com aquele sabor a casa. De sobremesa um leite creme queimado ao momento enquanto olhava para um galhardete da final da Taça dos Campeões Europeus entre o Benfica e o PSV, pendurado na parede de azulejos como manda a tradição.

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13.02.2024

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