O poder da música como mensagem

Independentemente do contexto associado ou da cor política, do que uns defendem ou outros contestam, há uma verdade incontestável, o poder da arte e particularmente da música, como veículo de comunicação, desde sempre.

Esta semana comemoram-se os 50 anos do 25 de Abril. Se por esta altura, a maioria da população portuguesa (onde eu me incluo) não viveu esse momento histórico há certos factos e pormenores que vão passando de geração em geração e que ficam para sempre. Um deles, talvez dos mais representativos para as gerações mais jovens, seja mesmo a força da música, neste caso como mensagem política. Canções como E depois do Adeus de Paulo de Carvalho ou Grândola Vila Morena de Zeca Afonso, serviram como senhas, entre os militares, para que soubessem (numa altura em que não haviam telemóveis e muito menos plataformas como o WhatsApp e o Telegram), que a revolução estava em marcha.

Independentemente do contexto associado ou da cor política, do que uns defendem ou outros contestam, há uma verdade incontestável, o poder da arte e particularmente da música, como veículo de comunicação, desde sempre. Basta recordar temas como A change is Gonna Come de Sam Cooke, numa clara alusão à luta contra o racismo e os diferentes direitos ou Mississipi Goddam de Nina Simone. The Times They Are a-Changin do Nobel da Literatura Bob Dylan, Fortunate Son dos Creedence Clearwater Revival, ou Imagine de John Lennon, Get Up, Stand Up do lendário Bob Marley and The Wailers, Bu$hleaguer dos Pearl Jam e mais recentemente Alright de Kendrick Lamar e a música da francesa Angèle Balance ton quoi pelos direitos da mulheres. Todas elas quiseram marcar uma posição.

É inesgotável a capacidade que têm uns quantos acordes e uma letra direcionada para espalhar uma ideia, para lutar contra um sistema ou como bandeira de revolta contra injustiças. Assim tem sido ao longo dos tempos e assim continuará. Porque a música tem acima de tudo o condão de entrar no ouvido, de unir pessoas à volta das mesmas causas e de combater a solidão muitas vezes em momentos em que a esperança é pouca ou quase nenhuma chamando a si a emoção e a profundidade dos sentimentos mas também como forma de espalhar o amor e de juntar o que aparentemente parece estar dividido.

De facto se o mundo muito mudou desde esse tempo há certas coisas que permanecem inalteradas. É a capacidade e a força com que as melodias nos tocam e a forma como conseguem ser transversais a povos, a culturas e a religiões. Talvez não exista tão grande poder para quem é encostado pela sociedade ou para quem se sente vítima e precisa de deitar cá para fora o que está a sentir. Essa é a grande magia de uma boa música, de nos chamar à atenção, de nos manter atentos e ao mesmo tempo de nos conseguir emocionar. É o ato de revolta, seja contra quem for e às vezes um pedido de ajuda. Essa continua e continuará a ser a beleza que transcende épocas e que nos agarra a todos de forma igual, como iguais nos direitos e nos deveres que todos deveríamos ser.

Esta semana comemoram-se os 50 anos do 25 de Abril. Se por esta altura, a maioria da população portuguesa (onde eu me incluo) não viveu esse momento histórico há certos factos e pormenores que vão passando de geração em geração e que ficam para sempre. Um deles, talvez dos mais representativos para as gerações mais jovens, seja mesmo a força da música, neste caso como mensagem política. Canções como E depois do Adeus de Paulo de Carvalho ou Grândola Vila Morena de Zeca Afonso, serviram como senhas, entre os militares, para que soubessem (numa altura em que não haviam telemóveis e muito menos plataformas como o WhatsApp e o Telegram), que a revolução estava em marcha.

Independentemente do contexto associado ou da cor política, do que uns defendem ou outros contestam, há uma verdade incontestável, o poder da arte e particularmente da música, como veículo de comunicação, desde sempre. Basta recordar temas como A change is Gonna Come de Sam Cooke, numa clara alusão à luta contra o racismo e os diferentes direitos ou Mississipi Goddam de Nina Simone. The Times They Are a-Changin do Nobel da Literatura Bob Dylan, Fortunate Son dos Creedence Clearwater Revival, ou Imagine de John Lennon, Get Up, Stand Up do lendário Bob Marley and The Wailers, Bu$hleaguer dos Pearl Jam e mais recentemente Alright de Kendrick Lamar e a música da francesa Angèle Balance ton quoi pelos direitos da mulheres. Todas elas quiseram marcar uma posição.

É inesgotável a capacidade que têm uns quantos acordes e uma letra direcionada para espalhar uma ideia, para lutar contra um sistema ou como bandeira de revolta contra injustiças. Assim tem sido ao longo dos tempos e assim continuará. Porque a música tem acima de tudo o condão de entrar no ouvido, de unir pessoas à volta das mesmas causas e de combater a solidão muitas vezes em momentos em que a esperança é pouca ou quase nenhuma chamando a si a emoção e a profundidade dos sentimentos mas também como forma de espalhar o amor e de juntar o que aparentemente parece estar dividido.

De facto se o mundo muito mudou desde esse tempo há certas coisas que permanecem inalteradas. É a capacidade e a força com que as melodias nos tocam e a forma como conseguem ser transversais a povos, a culturas e a religiões. Talvez não exista tão grande poder para quem é encostado pela sociedade ou para quem se sente vítima e precisa de deitar cá para fora o que está a sentir. Essa é a grande magia de uma boa música, de nos chamar à atenção, de nos manter atentos e ao mesmo tempo de nos conseguir emocionar. É o ato de revolta, seja contra quem for e às vezes um pedido de ajuda. Essa continua e continuará a ser a beleza que transcende épocas e que nos agarra a todos de forma igual, como iguais nos direitos e nos deveres que todos deveríamos ser.

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O poder da música como mensagem

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23.04.2024

O poder da música como mensagem

Independentemente do contexto associado ou da cor política, do que uns defendem ou outros contestam, há uma verdade incontestável, o poder da arte e particularmente da música, como veículo de comunicação, desde sempre.

Esta semana comemoram-se os 50 anos do 25 de Abril. Se por esta altura, a maioria da população portuguesa (onde eu me incluo) não viveu esse momento histórico há certos factos e pormenores que vão passando de geração em geração e que ficam para sempre. Um deles, talvez dos mais representativos para as gerações mais jovens, seja mesmo a força da música, neste caso como mensagem política. Canções como E depois do Adeus de Paulo de Carvalho ou Grândola Vila Morena de Zeca Afonso, serviram como senhas, entre os militares, para que soubessem (numa altura em que não haviam telemóveis e muito menos plataformas como o WhatsApp e o Telegram), que a revolução estava em marcha.

Independentemente do contexto associado ou da cor política, do que uns defendem ou outros contestam, há uma verdade incontestável, o poder da arte e particularmente da música, como veículo de comunicação, desde sempre. Basta recordar temas como A change is Gonna Come de Sam Cooke, numa clara alusão à luta contra o racismo e os diferentes direitos ou Mississipi Goddam de Nina Simone. The Times They Are a-Changin do Nobel da Literatura Bob Dylan, Fortunate Son dos Creedence Clearwater Revival, ou Imagine de John Lennon, Get Up, Stand Up do lendário Bob Marley and The Wailers, Bu$hleaguer dos Pearl Jam e mais recentemente Alright de Kendrick Lamar e a música da francesa Angèle Balance ton quoi pelos direitos da mulheres. Todas elas quiseram marcar uma posição.

É inesgotável a capacidade que têm uns quantos acordes e uma letra direcionada para espalhar uma ideia, para lutar contra um sistema ou como bandeira de revolta contra injustiças. Assim tem sido ao longo dos tempos e assim continuará. Porque a música tem acima de tudo o condão de entrar no ouvido, de unir pessoas à volta das mesmas causas e de combater a solidão muitas vezes em momentos em que a esperança é pouca ou quase nenhuma chamando a si a........

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