Pouco espaço para a Cultura

A cultura continua a ser claramente o parente pobre da política, relegado sempre para segundo plano, menos durante as campanhas em que se convém ter os artistas queridos pelo grande público por perto, na ânsia de angariar mais uns votos.

Eleições (praticamente) terminadas, apenas aguardando os resultados do círculo das Comunidades Portuguesas lá por fora, é tempo de se começarem a desenhar propostas governativas e de refletirmos sobre aquilo que está e o que não aparece no programa eleitoral do partido vencedor, neste caso da Aliança Democrática composta por 3 partidos (PSD, CDS, PPM) ou dos que podem vir a fazer parte de um futuro governo como a Iniciativa Liberal. De facto, num olhar atento para o que foram de uma forma geral as propostas para os próximos anos vemos um grande vazio no que toca a ideias mas sobretudo a estratégias claras para as colocar em prática. Quase todos os partidos falam na subida para 1% do valor dedicado à Cultura no próximo Orçamento de Estado mas como todos sabemos este é apenas um “copy paste” de todas as eleições anteriores em que todos prometeram o mesmo mas ninguém se chegou à frente.

A cultura continua a ser claramente o parente pobre da política, relegado sempre para segundo plano, menos durante as campanhas em que se convém ter os artistas queridos pelo grande público por perto, na ânsia de angariar mais uns votos. Voltando aos programas de cada partido, quase todos falam nessa já histórica promessa do 1% para a Cultura mas quando se espreme de que forma se poderá lá chegar pouco ou nada sai. Não há um verdadeiro plano estratégico para o património português que consolide a nossa história e que proteja e promova os nossos monumentos, da mesma forma que se fala muito pouco do que deve ser a política do Livro, apenas a IL fala do mesmo e apenas de forma ideológica para se referir ao facto de ser contra a fixação do Preço e a favor da liberalização do mercado.

O apoio às artes, a política do livro, museus e património ou a promoção das nossas memórias e da nossa história são por isso cada vez menos, temas que mereçam ser tratados. Existiu quem em tempos tenha lançado a ideia de combater a desertificação do interior do país conseguindo captar projectos culturais, desenvolvendo hubs criativos e estimulando a produção e promoção de espetáculos. O que me parece uma excelente ideia, nunca porém esquecendo que é nos grandes centros urbanos que estas áreas mais se reproduzem. Não devemos, no entanto, olhar para a Cultura como uns coitadinhos que não sabem fazer mais nada ou como algo amador. Há muita gente ligada à área com muito valor. Da mesma forma que não devemos promover a subsídio dependência mas sim criar condições para que os projectos possam ser rentáveis e bem sucedidos.

Mas para isso também é preciso que se crie uma verdadeira estratégia nacional para a Cultura e que terá que passar forçosamente pelo investimento na nossa Língua, nas nossas tradições e no nosso legado. É triste vermos por exemplo o projecto que existia para o Parque Mayer e ver como aquilo continua ou a falta que faz um Museu sobre os Descobrimentos e as epopeias dos nossos navegadores, parte essencial da nossa história. Veremos o que nos trará o futuro Governo em relação a estas matérias.

Eleições (praticamente) terminadas, apenas aguardando os resultados do círculo das Comunidades Portuguesas lá por fora, é tempo de se começarem a desenhar propostas governativas e de refletirmos sobre aquilo que está e o que não aparece no programa eleitoral do partido vencedor, neste caso da Aliança Democrática composta por 3 partidos (PSD, CDS, PPM) ou dos que podem vir a fazer parte de um futuro governo como a Iniciativa Liberal. De facto, num olhar atento para o que foram de uma forma geral as propostas para os próximos anos vemos um grande vazio no que toca a ideias mas sobretudo a estratégias claras para as colocar em prática. Quase todos os partidos falam na subida para 1% do valor dedicado à Cultura no próximo Orçamento de Estado mas como todos sabemos este é apenas um “copy paste” de todas as eleições anteriores em que todos prometeram o mesmo mas ninguém se chegou à frente.

A cultura continua a ser claramente o parente pobre da política, relegado sempre para segundo plano, menos durante as campanhas em que se convém ter os artistas queridos pelo grande público por perto, na ânsia de angariar mais uns votos. Voltando aos programas de cada partido, quase todos falam nessa já histórica promessa do 1% para a Cultura mas quando se espreme de que forma se poderá lá chegar pouco ou nada sai. Não há um verdadeiro plano estratégico para o património português que consolide a nossa história e que proteja e promova os nossos monumentos, da mesma forma que se fala muito pouco do que deve ser a política do Livro, apenas a IL fala do mesmo e apenas de forma ideológica para se referir ao facto de ser contra a fixação do Preço e a favor da liberalização do mercado.

O apoio às artes, a política do livro, museus e património ou a promoção das nossas memórias e da nossa história são por isso cada vez menos, temas que mereçam ser tratados. Existiu quem em tempos tenha lançado a ideia de combater a desertificação do interior do país conseguindo captar projectos culturais, desenvolvendo hubs criativos e estimulando a produção e promoção de espetáculos. O que me parece uma excelente ideia, nunca porém esquecendo que é nos grandes centros urbanos que estas áreas mais se reproduzem. Não devemos, no entanto, olhar para a Cultura como uns coitadinhos que não sabem fazer mais nada ou como algo amador. Há muita gente ligada à área com muito valor. Da mesma forma que não devemos promover a subsídio dependência mas sim criar condições para que os projectos possam ser rentáveis e bem sucedidos.

Mas para isso também é preciso que se crie uma verdadeira estratégia nacional para a Cultura e que terá que passar forçosamente pelo investimento na nossa Língua, nas nossas tradições e no nosso legado. É triste vermos por exemplo o projecto que existia para o Parque Mayer e ver como aquilo continua ou a falta que faz um Museu sobre os Descobrimentos e as epopeias dos nossos navegadores, parte essencial da nossa história. Veremos o que nos trará o futuro Governo em relação a estas matérias.

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12.03.2024

Pouco espaço para a Cultura

A cultura continua a ser claramente o parente pobre da política, relegado sempre para segundo plano, menos durante as campanhas em que se convém ter os artistas queridos pelo grande público por perto, na ânsia de angariar mais uns votos.

Eleições (praticamente) terminadas, apenas aguardando os resultados do círculo das Comunidades Portuguesas lá por fora, é tempo de se começarem a desenhar propostas governativas e de refletirmos sobre aquilo que está e o que não aparece no programa eleitoral do partido vencedor, neste caso da Aliança Democrática composta por 3 partidos (PSD, CDS, PPM) ou dos que podem vir a fazer parte de um futuro governo como a Iniciativa Liberal. De facto, num olhar atento para o que foram de uma forma geral as propostas para os próximos anos vemos um grande vazio no que toca a ideias mas sobretudo a estratégias claras para as colocar em prática. Quase todos os partidos falam na subida para 1% do valor dedicado à Cultura no próximo Orçamento de Estado mas como todos sabemos este é apenas um “copy paste” de todas as eleições anteriores em que todos prometeram o mesmo mas ninguém se chegou à frente.

A cultura continua a ser claramente o parente pobre da política, relegado sempre para segundo plano, menos durante as campanhas em que se convém ter os artistas queridos pelo grande público por perto, na ânsia de angariar mais uns votos. Voltando aos programas de cada partido, quase todos falam nessa já histórica promessa do 1% para a Cultura mas quando se espreme de que forma se poderá lá chegar pouco ou nada sai. Não há um verdadeiro plano estratégico para o património português que consolide a nossa história e que proteja e promova os nossos monumentos, da mesma forma que se fala muito pouco do que deve ser a política do Livro, apenas a IL fala do mesmo e apenas de forma ideológica para se referir ao facto de ser contra a fixação do Preço e a favor da liberalização do mercado.

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