Sara Tavares e o Museu de Arte Contemporânea

Fica-lhe o legado para o Mundo, onde sempre tentou unir e construir pontes e aquela voz melódica que nos dizia coisas “bunitas”, sussurradas ao ouvido.

O desaparecimento da cantora Sara Tavares foi uma notícia triste para Portugal. Sara sempre foi uma das artistas portuguesas mais consensuais. Tinha um ar doce e simpático que a primeira edição do concurso Chuva de Estrelas deu a conhecer. De ascendência cabo-verdiana, sempre transportou nela o multiculturalismo, sem esquecer as suas raízes que são traço marcante nas suas composições. Foi através de uma canção escrita por Rosa Lobato Faria que conseguiu uma das mais brilhantes participações do nosso país no Festival da Eurovisão da Canção, onde arrancou um honroso 8.º lugar. Chamar a Música foi destaque em muitas cassetes de Norte a Sul, passando pelas Ilhas. Mas não foi o seu único.

Lançou o primeiro álbum com o coro Shout e realizou ao longo da sua carreira participações com grandes artistas. Em 2018 esteve nomeada para os Grammy Latino com o quinto álbum, Fitxadu (2017), numa construção do aprofundamento com a música de Cabo Verde que esteve sempre presente, contando com Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa’Med e Kalaf Epalanga. Sempre de sorriso mágico e um olhar viajante e ternurento fica para sempre ligada ao mundo lusófono como embaixadora natural da nossa cultura mas a sua música foi feita de muitas e diferentes fusões e tradições, sempre tendo África em primeiro plano. Recordo-me de ler uma entrevista onde falava de Miriam Makeba e Salif Keita, dois dos meus nomes preferidos no que toca à musica contemporânea africana. Fica-lhe o legado para o Mundo, onde sempre tentou unir e construir pontes e aquela voz melódica que nos dizia coisas “bunitas”, sussurradas ao ouvido.

Mudando e assunto, inaugurou há poucos dias o novo Museu de Arte Contemporânea de Lisboa, no Centro Cultural de Belém. Tive oportunidade de lá passar, no dia 27 de Outubro e de apreciar aquele que é o mais importante núcleo internacional de obras produzidas desde o modernismo, em solo português. A letra “M” em grande, marca a entrada, como nos filmes de Indiana Jones e lá dentro, a aventura pela diversidade de tipologias, não se esgota numa só disciplina, conseguindo num contexto muito próprio interligar uma visão histórica à representação atual e conjugando exposições permanentes com um extenso programa de exposições temporárias. Possui em depósito a Coleção Berardo, a Coleção Holma/Ellipse e a Coleção Teixeira de Freitas e promete diversidade e espaço para todas as comunidades e faixas etárias. “Este ‘chão comum’ procura assim uma abertura ao diálogo e à compreensão dos diversos caminhos que a arte vai percorrendo, para tal revisitando a história recente no sentido da prospeção”.

Sugiro assim uma visita. Levem os vossos, netos, filhos, os sobrinhos e os amigos porque a arte pode e deve ser apreciada e contemplada desde cedo. Para já, além das exposições permanentes, conta com Berlinde de Bruyckere, uma importante artista belga que tem vindo a desenvolver grandes temáticas como a morte, a redenção, o sexo, a dor ou a memória, através da escultura, da colagem, do desenho ou da instalação. Um trabalho potente e impactante que merece ser visto. Um ótimo programa para qualquer altura do ano, independentemente da multiplicidade de artistas e de uma vasta programação para 2024. Que seja muito bem vindo este novo Museu.

O desaparecimento da cantora Sara Tavares foi uma notícia triste para Portugal. Sara sempre foi uma das artistas portuguesas mais consensuais. Tinha um ar doce e simpático que a primeira edição do concurso Chuva de Estrelas deu a conhecer. De ascendência cabo-verdiana, sempre transportou nela o multiculturalismo, sem esquecer as suas raízes que são traço marcante nas suas composições. Foi através de uma canção escrita por Rosa Lobato Faria que conseguiu uma das mais brilhantes participações do nosso país no Festival da Eurovisão da Canção, onde arrancou um honroso 8.º lugar. Chamar a Música foi destaque em muitas cassetes de Norte a Sul, passando pelas Ilhas. Mas não foi o seu único.

Lançou o primeiro álbum com o coro Shout e realizou ao longo da sua carreira participações com grandes artistas. Em 2018 esteve nomeada para os Grammy Latino com o quinto álbum, Fitxadu (2017), numa construção do aprofundamento com a música de Cabo Verde que esteve sempre presente, contando com Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa’Med e Kalaf Epalanga. Sempre de sorriso mágico e um olhar viajante e ternurento fica para sempre ligada ao mundo lusófono como embaixadora natural da nossa cultura mas a sua música foi feita de muitas e diferentes fusões e tradições, sempre tendo África em primeiro plano. Recordo-me de ler uma entrevista onde falava de Miriam Makeba e Salif Keita, dois dos meus nomes preferidos no que toca à musica contemporânea africana. Fica-lhe o legado para o Mundo, onde sempre tentou unir e construir pontes e aquela voz melódica que nos dizia coisas “bunitas”, sussurradas ao ouvido.

Mudando e assunto, inaugurou há poucos dias o novo Museu de Arte Contemporânea de Lisboa, no Centro Cultural de Belém. Tive oportunidade de lá passar, no dia 27 de Outubro e de apreciar aquele que é o mais importante núcleo internacional de obras produzidas desde o modernismo, em solo português. A letra “M” em grande, marca a entrada, como nos filmes de Indiana Jones e lá dentro, a aventura pela diversidade de tipologias, não se esgota numa só disciplina, conseguindo num contexto muito próprio interligar uma visão histórica à representação atual e conjugando exposições permanentes com um extenso programa de exposições temporárias. Possui em depósito a Coleção Berardo, a Coleção Holma/Ellipse e a Coleção Teixeira de Freitas e promete diversidade e espaço para todas as comunidades e faixas etárias. “Este ‘chão comum’ procura assim uma abertura ao diálogo e à compreensão dos diversos caminhos que a arte vai percorrendo, para tal revisitando a história recente no sentido da prospeção”.

Sugiro assim uma visita. Levem os vossos, netos, filhos, os sobrinhos e os amigos porque a arte pode e deve ser apreciada e contemplada desde cedo. Para já, além das exposições permanentes, conta com Berlinde de Bruyckere, uma importante artista belga que tem vindo a desenvolver grandes temáticas como a morte, a redenção, o sexo, a dor ou a memória, através da escultura, da colagem, do desenho ou da instalação. Um trabalho potente e impactante que merece ser visto. Um ótimo programa para qualquer altura do ano, independentemente da multiplicidade de artistas e de uma vasta programação para 2024. Que seja muito bem vindo este novo Museu.

Altas temperaturas mataram 70 mil pessoas na Europa em 2022

Estimativas sobre mortes associadas às temperaturas recorde registadas no verão de 2022 foram revistas na investigaçã

A Vida e a Lei

A diferente natureza das crises que abalam a nossa democracia

Convém recordar que não foi, certamente, por acaso que a Constituição determinou que o PGR devia ser nomeado pelo Pre

Na Linha da Frente

Sara Tavares e o Museu de Arte Contemporânea

Fica-lhe o legado para o Mundo, onde sempre tentou unir e construir pontes e aquela voz melódica que nos dizia coisas

Por Uma Democracia de Qualidade

Um ímpio latrocínio, história e actualidade

Para formar governo, roubou ao seu partido uma das suas relíquias fundacionais, a luta pela liberdade, contrafazendo-

Rédea Solta

Apetece-lhe ir votar?

Essa é uma das perguntas principais de um tempo político em que o dia de reflexão deveria mesmo servir para decidir e

Técnico

Metano dos bovinos: culpado ou inocente?

A produção de metano pelos ruminantes está associada à capacidade de digerir alimentos fibrosos, um aproveitamento de

Conta Corrente

Marcelo, o dissolvente, pode ter os Açores à sua espera

Se o Parlamento Regional chumbar o orçamento regional para 2024, o Presidente da República vai ter de devolver a pala

Editorial

Um caminho perigoso: magistrados contra magistrados

Independentemente da liberdade que têm ou não, não me parece que os atores da Justiça devam entrar em ataques pessoai

Costa: "Não me ocorre ter tido nenhuma conversa pública com o dr. Lobo Xavier"

O ainda chefe do Governo sublinha dever de confidencialidade no Conselho de Estado.

1

25 de Novembro. O dia em que a democracia voltou a respirar

2

Ourém. Agente da PSP ferido com faca por homem que ameaçava clientes em esplanada

3

Efacec. Negócios ruinosos: Governo injeta e perde dinheiro

4

Estudo mostra que o cérebro das crianças é moldado pelo tempo que passam em frente aos ecrãs

5

Estudo mostra que alunos portugueses são mais felizes do que professores

6

Gordura abdominal oculta na meia-idade associada à doença de Alzheimer

10:09

Altas temperaturas mataram 70 mil pessoas na Europa em 2022

09:53

A diferente natureza das crises que abalam a nossa democracia

09:49

Sara Tavares e o Museu de Arte Contemporânea

09:44

Um ímpio latrocínio, história e actualidade

09:41

Apetece-lhe ir votar?

09:38

Metano dos bovinos: culpado ou inocente?

QOSHE - Sara Tavares e o Museu de Arte Contemporânea - José Paulo Do Carmo
menu_open
Columnists Actual . Favourites . Archive
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close
Aa Aa Aa
- A +

Sara Tavares e o Museu de Arte Contemporânea

12 12
21.11.2023

Sara Tavares e o Museu de Arte Contemporânea

Fica-lhe o legado para o Mundo, onde sempre tentou unir e construir pontes e aquela voz melódica que nos dizia coisas “bunitas”, sussurradas ao ouvido.

O desaparecimento da cantora Sara Tavares foi uma notícia triste para Portugal. Sara sempre foi uma das artistas portuguesas mais consensuais. Tinha um ar doce e simpático que a primeira edição do concurso Chuva de Estrelas deu a conhecer. De ascendência cabo-verdiana, sempre transportou nela o multiculturalismo, sem esquecer as suas raízes que são traço marcante nas suas composições. Foi através de uma canção escrita por Rosa Lobato Faria que conseguiu uma das mais brilhantes participações do nosso país no Festival da Eurovisão da Canção, onde arrancou um honroso 8.º lugar. Chamar a Música foi destaque em muitas cassetes de Norte a Sul, passando pelas Ilhas. Mas não foi o seu único.

Lançou o primeiro álbum com o coro Shout e realizou ao longo da sua carreira participações com grandes artistas. Em 2018 esteve nomeada para os Grammy Latino com o quinto álbum, Fitxadu (2017), numa construção do aprofundamento com a música de Cabo Verde que esteve sempre presente, contando com Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa’Med e Kalaf Epalanga. Sempre de sorriso mágico e um olhar viajante e ternurento fica para sempre ligada ao mundo lusófono como embaixadora natural da nossa cultura mas a sua música foi feita de muitas e diferentes fusões e tradições, sempre tendo África em primeiro plano. Recordo-me de ler uma entrevista onde falava de Miriam Makeba e Salif Keita, dois dos meus nomes preferidos no que toca à musica contemporânea africana. Fica-lhe o legado para o Mundo, onde sempre tentou unir e construir pontes e aquela voz melódica que nos dizia coisas “bunitas”, sussurradas ao ouvido.

Mudando e assunto, inaugurou há poucos dias o novo Museu de Arte Contemporânea de Lisboa, no Centro Cultural de Belém. Tive oportunidade de lá passar, no dia 27 de Outubro e de apreciar aquele que é o mais importante núcleo internacional de obras produzidas desde o modernismo, em solo português. A letra “M” em grande, marca a entrada, como nos filmes de Indiana Jones e lá dentro, a aventura pela diversidade de tipologias, não se esgota numa só disciplina, conseguindo num contexto muito próprio interligar uma visão histórica à representação atual e conjugando exposições permanentes com um extenso programa de exposições temporárias.........

© Jornal i


Get it on Google Play