Um retiro africano

Os passeios nas praias desertas até perder de vista, as cerimónias tribais, o contacto com pessoas que vivem uma vida tão diferente da nossa e que à primeira vista nos parece tão pobre mas que aprendemos a respeitar e valorizar.

O tempo dos retiros, do yoga e das energias instalou-se na Europa, assim como a praga do coaching e a suposta paz interior que todos procuramos mas muitas vezes de forma errónea. É a necessidade permanente de fazer o que os outros fazem e de acreditarmos numa filosofia que se prende muito mais connosco e com quem nos rodeia do que propriamente em conceitos padronizados e estanques. É o suminho natural com fruta do Pingo Doce, o gengibre e o tofu. As vitaminas e os nutrientes. Parece que de repente toda a gente despertou ao mesmo tempo para a necessidade de encontrar algo que nos preencha espiritualmente e que por isso procuram retiros e encontros que lhes possam indicar um caminho, uma forma de estar ou uma alimentação mais consentânea com uma vida saudável. Isso fez despontar um novo negócio, o dos alimentos biológicos, dos colares, das pulseiras de energia e muito mais.

Tenho pena que quem tem essa curiosidade não se arrisque a partir para África numa qualquer aventura. Por exemplo nas Ilhas Bijagós (Guiné Bissau), em pleno Oceano Atlântico conseguimos fazer tudo isso de uma forma crua e natural. Os alimentos que se comem são os da época, a fruta que existe, ou o peixe que se pesca no dia. O coco que se apanha da árvore, a manga, a papaia ou a bica. E o tempo que se passa numa das cerca de 90 ilhas e ilhéus é de uma serenidade e de uma paz interior que transforma toda a experiência num autêntico retiro orgânico, onde tudo se faz com a naturalidade de quem vive o dia a dia dessa forma. Os passeios nas praias desertas até perder de vista, as cerimónias tribais, o contacto com pessoas que vivem uma vida tão diferente da nossa e que à primeira vista nos parece tão pobre mas que aprendemos a respeitar e valorizar.

A capacidade de introspecção e de reflexão pessoal impõe-se como o ar que se respira porque a natureza nos impele a isso. E dessa forma acabamos inconscientemente por realizar um retiro que nos transporta para o confronto com os nossos objectivos, os sonhos que ainda pretendemos concretizar e os medos que tentamos superar. O estudo da medicina tradicional ou a forma como se interpretam os desafios daria para solucionar muitos dos problemas que temos no nosso dia a dia mas que estamos formatados para tratar à nossa maneira. É a capacidade de nos libertarmos do que é supérfluo, de darmos valor à escassez dos recursos e de valorizarmos o que a terra nos dá num determinado momento que nos aproxima da nossa essência.

Isso leva-me a pensar que existe um mundo por descobrir em África mas que no dia em que for descoberto se tornará igual a tantos outros. Um paradoxo em que as melhores condições de vida das populações parecem estar indexadas à brutalidade da civilização. Não deveria ser assim. A verdade é que um passeio por alguns dos muitos sítios idílicos que este continente tem para nos oferecer faz de nós pessoas com um olhar mais atento para o que nos rodeia e para o que realmente necessitamos para sermos felizes. O melhor dos retiros

O tempo dos retiros, do yoga e das energias instalou-se na Europa, assim como a praga do coaching e a suposta paz interior que todos procuramos mas muitas vezes de forma errónea. É a necessidade permanente de fazer o que os outros fazem e de acreditarmos numa filosofia que se prende muito mais connosco e com quem nos rodeia do que propriamente em conceitos padronizados e estanques. É o suminho natural com fruta do Pingo Doce, o gengibre e o tofu. As vitaminas e os nutrientes. Parece que de repente toda a gente despertou ao mesmo tempo para a necessidade de encontrar algo que nos preencha espiritualmente e que por isso procuram retiros e encontros que lhes possam indicar um caminho, uma forma de estar ou uma alimentação mais consentânea com uma vida saudável. Isso fez despontar um novo negócio, o dos alimentos biológicos, dos colares, das pulseiras de energia e muito mais.

Tenho pena que quem tem essa curiosidade não se arrisque a partir para África numa qualquer aventura. Por exemplo nas Ilhas Bijagós (Guiné Bissau), em pleno Oceano Atlântico conseguimos fazer tudo isso de uma forma crua e natural. Os alimentos que se comem são os da época, a fruta que existe, ou o peixe que se pesca no dia. O coco que se apanha da árvore, a manga, a papaia ou a bica. E o tempo que se passa numa das cerca de 90 ilhas e ilhéus é de uma serenidade e de uma paz interior que transforma toda a experiência num autêntico retiro orgânico, onde tudo se faz com a naturalidade de quem vive o dia a dia dessa forma. Os passeios nas praias desertas até perder de vista, as cerimónias tribais, o contacto com pessoas que vivem uma vida tão diferente da nossa e que à primeira vista nos parece tão pobre mas que aprendemos a respeitar e valorizar.

A capacidade de introspecção e de reflexão pessoal impõe-se como o ar que se respira porque a natureza nos impele a isso. E dessa forma acabamos inconscientemente por realizar um retiro que nos transporta para o confronto com os nossos objectivos, os sonhos que ainda pretendemos concretizar e os medos que tentamos superar. O estudo da medicina tradicional ou a forma como se interpretam os desafios daria para solucionar muitos dos problemas que temos no nosso dia a dia mas que estamos formatados para tratar à nossa maneira. É a capacidade de nos libertarmos do que é supérfluo, de darmos valor à escassez dos recursos e de valorizarmos o que a terra nos dá num determinado momento que nos aproxima da nossa essência.

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23.01.2024

Um retiro africano

Os passeios nas praias desertas até perder de vista, as cerimónias tribais, o contacto com pessoas que vivem uma vida tão diferente da nossa e que à primeira vista nos parece tão pobre mas que aprendemos a respeitar e valorizar.

O tempo dos retiros, do yoga e das energias instalou-se na Europa, assim como a praga do coaching e a suposta paz interior que todos procuramos mas muitas vezes de forma errónea. É a necessidade permanente de fazer o que os outros fazem e de acreditarmos numa filosofia que se prende muito mais connosco e com quem nos rodeia do que propriamente em conceitos padronizados e estanques. É o suminho natural com fruta do Pingo Doce, o gengibre e o tofu. As vitaminas e os nutrientes. Parece que de repente toda a gente despertou ao mesmo tempo para a necessidade de encontrar algo que nos preencha espiritualmente e que por isso procuram retiros e encontros que lhes possam indicar um caminho, uma forma de estar ou uma alimentação mais consentânea com uma vida saudável. Isso fez despontar um novo negócio, o dos alimentos biológicos, dos colares, das pulseiras de energia e muito mais.

Tenho pena que quem tem essa curiosidade não se arrisque a partir para África numa qualquer aventura. Por exemplo nas Ilhas Bijagós (Guiné Bissau), em pleno Oceano Atlântico conseguimos fazer tudo isso de uma forma crua e natural. Os alimentos que se comem são os da época, a fruta que existe, ou o peixe que se pesca no dia. O coco que se apanha da árvore, a manga, a papaia ou a bica. E o tempo que se passa numa das cerca de 90 ilhas e ilhéus é de uma serenidade e de uma paz interior que transforma toda a experiência num autêntico retiro orgânico, onde tudo se faz com a naturalidade de quem vive o dia a dia dessa forma. Os passeios nas praias desertas até perder de vista, as cerimónias tribais, o contacto com pessoas que vivem uma vida tão diferente da nossa e que à primeira vista nos parece tão pobre mas que aprendemos a respeitar e valorizar.

A capacidade de introspecção e de reflexão pessoal impõe-se como o ar que se respira porque a natureza nos impele a isso. E dessa forma acabamos inconscientemente por realizar um retiro que nos transporta para o confronto com os nossos objectivos, os sonhos que ainda pretendemos concretizar e os medos que tentamos superar. O estudo da medicina........

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